quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Novo Mundo


Tudo tem uma razão de ser. Nem que isso seja uma mera ilusão para conseguirmos viver num mundo injusto e cruel, de sorrisos amarelos, de palavras vazias, de amizades... que nem o chegam a ser. É difícil lidar com aquilo a que eu gosto de chamar: falsidade.
Quando menos pensamos, apunhalam-nos pelas costas, as pessoas em quem confiámos, a quem adorámos... as pessoas que supostamente nos protegiam.
Crescer custa, dói, magoa. Descobrimos as esquinas podres e negras do mundo. E não é uma parvoíce típica da adolescência. Acreditem que não.
Este ano, 12º, último e derradeiro ano, tem-se revelado o mais interessante de todos: desvendamos não só um mundo escrito nos livros e ensinado mecânicamente pelos professores, mas também um mundo onde as pessoas que nos rodeiam se revelam matreiras, interesseiras... enfim, onde as pessoas deixam cair os mantos que durante tanto tempo taparam as sequelas, as cicatrizes, as verdadeiras faces.
Talvez me torne demasiado repetitiva. Talvez seja demasiado teimosa, carregando vezes e vezes sem conta na mesma tecla do ceguinho, mas... preciso de ver, de tornar real aquilo que eu julgava que não o fosse.
Muitas são as noites em que me agarro à almofada, deixando as lágrimas apoderarem-se do meu rosto, deixando a alma chorar baixinho no silêncio da noite. Porque no dia seguinte tenho novos desafios, novas barreiras, novos saltos para dar... e novas descobertas que me farão chorar nessa noite, deixando a escuridão da noite tornar-se na minha luz ao fundo do túnel.
Todos dizem compreender. Todos dizem ajudar. Mas são de facto poucas as pessoas que nos ajudam e nos compreendem. São, de facto, poucas as pessoas que nos acompanham ao longo de toda uma vida e nos preparam para as amarguras da vida.
O mundo nem sempre é perfeito nem cheiinho de estrelinhas e pontos luminosos, nem de príncipes encantados e princesas belas e sempre sorridentes. A vida não é uma história com um final feliz. Pode ser... mas... nem sempre o é.
É difícil lutar pelos sonhos... fácil seria desistir e baixar os braços perante as adversidades, as traições, as mágoas, as tristezas... fácil seria deixarmos a revolta apoderar-se de nós e sermos uns revoltados e destruir todo o bem que poderia existir... Mas... não podemos desistir. Não podemos deixar que os outros tomem conta da nossa vida com uma facada nas costas.

Este ano 2009 está prestes a deixar-nos, levando com ele sorrisos, lágrimas (muitas lágrimas), noites de sono perdidas, dias tristes, dias alegres, dias cheios de vitórias, dias cheios de derrotas, dias equilibrados, dias cheios de sol, dias de plena trovoada... levando com ele recordações... por vezes, dolorosas, por vezes felizes, mas manchadas pelas marcas negras da desilusão...
Mas, temos o dom de podermos viver um novo ano. 2010 vem aí, sorrateiro vai entrando pouco a pouco pelas portas da nossa vida, que se encontram abertas para acolher novas experiências e novas subidas ou descidas... Tudo está nas nossas mãos. Ergamos a cabeça. Ergamos as mãos. Mostremos um sorriso. E vamos fazer do ano 2010 um baú imenso de recordações bem melhores do que as de 2009. Tornemos 2010 um ano cheio de vitórias, sorrisos e muitas surpresas... agradáveis!

Que 2010 seja melhor do que 2009!

Um bom ano novo para todos, e não vos vou dizer para entrarem com o pé direito... Entrem com a alma aberta a um novo mundo!

JMF*10

domingo, 27 de dezembro de 2009

VII - Regresso


Nessa noite, não dormi.
Só pensava naquele tipo que me apareceu à frente para me dar... Oh, bolas! A minha pulseira... Nem na pulseira agarrei... Era mesmo o desastre em pessoa... Enfim... Estava feita!
Mas... como é que era possível... a voz, o aspecto.. tudo, tudo, tudo nele me fazia acreditar, sem dúvida alguma, que era Angel que falou comigo, sem ser num sonho!!!
Estaria eu louca?? Não... louca eu não estava... mas então como era possível???
Fui à varanda do meu quarto. Uma brisa calminha despenteava-me o cabelo. A lua iluminava-me. Eu não dormia. Não queria dormir. Nem que tivesse de despejar um quilo de café para o meu organismo descafeinado.
Levei as mãos à cabeça e despenteei o meu cabelo sem ter noção do que fazia. Nem tudo tem de ter uma razão, certo? Ok, estava mesmo louca!!!
- Isto não me está a acontecer! Isto não me deve estar a acontecer! Isto não me pode acontecer!
Já falava sozinha. Só me faltava arranhar as paredes e bater com a cabeça no chão.
Não parava de ver aquele rosto a olhar para mim tão confuso quanto eu. Diria mesmo, assustado. " - Eu conheço-te de algum lado...", dissera-me ele. Óbvio que conheces, meu cromo! Apareceste nos meus sonhos e... ahhhhhhhhhhhhh! Maldição. Dei um pontapé na parede. Óbvio que ela reagiu e quem se magoou fui eu.
Cedi. As minhas pernas cederam. Os meus olhos cederam. Todo o meu corpo cedeu. E fiquei deitada no chão.
Como era possível??? Um sonho é um sonho. Ou... um sonho poderia não ser apenas um sonho??
Angel não podia existir na vida real. Era um fruto da minha imaginação. Ou não???
Ouvi um barulho. Abri os olhos e logo me ergui. Agarrei-me às grades da varanda e espreitei para baixo.
- Estás à procura de algo??
Dei um salto. Quase que jurava que estive à beira dum ataque cardíaco.
- Como é que...? - calei-me. Medricas como eu era, desatei a correr para o meu quarto e tranquei-me a sete chaves.
Tinha a respiração tão acelerada que nem sentia as partículas de oxigénio a entrar nos meus pulmões. Era impossível!
- Porque foges de mim?? Eu não mordo.
Soltei uma gargalhada alta e sarcástica.
- Jura??? Neste momento, fazes-me lembrar o Edward Cullen, um vampiro!
Ele riu-se, calmo, perante a minha voz aterrorizada.
- Andas a ler demasiado. A tua imaginação sempre foi demasiado produtiva.
- A sério??? Então, o que és tu?
Ele calou-se. Agarrou-me na mão e tirou-a do puxador da porta que, muito me admiro não ter sido arrancado, tal era a força que eu lhe tinha "aplicado".
Entrou a luz do luar pelo meu quarto. Ele fitou-me e disse-me:
- Regressei, Jessie. Mas para o mundo real!

JMF*10

VI - Confusa


Sentia a cabeça pesada, prestes a explodir. Nada daquilo era real nem imaginário.
Eu não tinha estado em coma, apenas tinha tido um sono prolongado, do qual acordara com vestígios dolorosos.
Tinha dormido umas 13 horas. Que horror!
Tinha sonhado (ou pesadelado?) que tinha entrado em coma e durante esse meu estado "vegetativo" tinha... bem, esqueçam! O resto vocês já sabem...
Tinha de voltar ao mundo real. Tinha de me levantar e de me vestir.
Precisava de ir à rua comprar algo para o almoço. Sim, porque estava prestes a morrer de fome e já eram horas de almoçar.
Preparei-me, retirei uma maçã do frigorífico e saí.
Estava um dia espectacular: o sol brilhava imenso e fazia bastante calor. O céu era tão azul, tão azul, que parecia... humm... azul.
Estar tanto tempo sem ter os olhos abertos e a lidar com Angel no meu sonho-não-coma, fazia-me piscar a cada 30 segundos... Não era eu que piscava, mas os meus olhos. Bah! =\
O meu inconsciente andava muito manhoso e não me apetecia nada lidar com aquilo. Porque sempre que algo aparece na nossa vida e nos afeiçoamos a isso, tornamo-nos exigentes, querendo sempre mais e mais. E quando isso não é possível, tornamo-nos rabugentos, magoados, e com uma enorme vontade de partir tudo o que se encontre à nossa frente. Sentimos saudade e desespero, mágoa e frustração... Além disso...
- Olha, deixaste cair isto!
Olhei em direcção à voz que me arrancava do meu momento de abstracção.
"Humm, ok, obrigada", queria eu dizer, mas quando vi aquela figura, não consegui dizer nada.
Fitámo-nos infinitamente... Ele... ele tão espantado quanto eu.
O braço que estendera na minha direcção para me entregar a pulseira que caíra sem eu dar por isso, caiu ao lado do seu corpo.
-Eu... conheço-te de... algum lado... - disse-me ele, com a voz a tremer.
Sentia o meu corpo a ceder. Tinha de fugir dali. Aquilo não podia estar a acontecer. Era impossível, surreal.
Antes que deixasse o meu corpo ceder perante o peso que carregava no meu pensamento, desatei a correr, deixando para trás a minha pulseira nas mãos da fonte de toda a minha confusão: Angel.

JMF*10

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Natal...


É quase natal... Nada há a fazer... só uma busca desesperada pela compra perfeita, pelo embrulho reluzente e apelativo...
Esquecemo-nos daqueles que não têm uma árvore para colocar presentes, porque nem sequer os recebem...

Penso que com o passar dos tempos, também passou o verdadeiro espírito natalício... O mais importante não são os presentes perfeitos, mas a companhia daqueles que durante todo o ano, tornam cada dia um dia de verdadeiro Natal...

Enfim... espero que todos tenham um bom natal e, claro, comam muitos docinhos!! :-p

É Natal...
Sorrateiramente desço as escadas da minha casa,

Descalça e em pijamita
Para ver as luzinhas da minha árvore de Natal...

Sento-me e espreito...

Olho para o presépio...

Está todo enfeitado, todo bonito...

Simples, mas bonito.

Ouço chamarem-me pelo meu nome...

Está na hora de me ir deitar
Mas no meu pensamento

Levo as luzinhas a piscar!

JMF*10

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Valer a pena...


Não quero ter paciência. Não quero ter remorsos do que digo e não devia, mas sentia. Não quero tirar a cara carrancuda que me acusa e denuncia. Não quero.

Dentro de mim nasce uma revolta tão revoltada que se revolta a qualquer momento... Basta começar a abrir a boca numa tentativa de controlar as palavras cortantes... Uma tentativa falhada.

Não me apetece... ir a tantos sítios... não consigo separar os locais das recordações, das lágrimas e das traições... Não consigo.

Que faço? Nada. Apenas vou deixando o tempo correr à velocidade do vento, que me despenteia o cabelo.

Porque tem de ser assim? Descobrir as pessoas é... frustrante. Criamos expectativas, encaixamo-las no nosso mundo de sonho e depois.. Puff! Elas apunhalam-nos e... fico a olhar, parada, para os pedacinhos minúsculos que me rodeiam, a cair e caídos no chão frio e cruel.

Tento agarrar-me a algo... Tento e vou conseguindo sobreviver... Abrigo-me numa concha no fundo dum oceano das lágrimas de saudade, desilusão, mágoa... algumas também de alegria.

Ouço 3 doors down (Be like that) e... afundo-me numa busca desesperada de momentos felizes, tão espontâneos, tão naturais... Mas agora não passam de momentos recordados, já gastos pelas arestas do tempo.

Acabou. Nada mais há a fazer. Só seguir em frente, caminhar com a cabeça erguida, carregada de experiências... Acumulam-se as falésias escarpadas na minha praia interior, com um mar tão imenso, repleto de ondas tão intensas...

Não vale a pena chorar mais. Não vale a pena pensar mais. Não vale a pena recordar mais.

De que me adianta isso? A luz está algures, lá para a frente.

Deixo a minha bagagem na paragem"Agora" (Beyoncé - Sweet Dreams), e avanço para a estação "Futuro" onde tenho que lutar pelos meus sonhos, pelos meus objectivos, e correr, correr, correr, até atingir a meta.

Quero dar orgulho a quem sempre acreditou em mim, a quem me ergueu sempre, sem me desiludir. Discussões?Por vezes. Mas vale a pena... Quero que ao menos isso, valha a pena.

JMF*10

Desilusão...


Julgamos conhecer o mundo como a palma das nossas mãos... Julgamos que o tempo nos abre portas sucessivas para o conhecimento do que nos rodeia... Mas não. É tudo mentira. Mentira. Mentira.
Nada conhecemos do mundo por mais tempo que existamos neste planeta mísero.

Não. Não é o planeta Terra. É o planeta que criamos à nossa volta, com todo um conjunto de personagens e cenários, que agora sei que não passam disso mesmo.

Sinto-me cansada. De não conhecer nada nem ninguém. O tempo passa, passa e ... nada me traz... apenas me leva os tempos que eu queria agarrar, os tempos que eu queria que permanecessem para sempre comigo. O mundo é uma desilusão constante.

Já não sei ao que me agarrar...


JMF*10

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Não sei...


Cada novo dia é uma nova batalha...

Levanto-me, visto-me, tomo o pequeno-almoço...
Vou para a escola, excepto ao fim-de-semana,
Tempo durante o qual a casa é a minha escola...

Aprendo novas coisas, encaro as mesmas pessoas,
E quando reparo em alguém diferente isso não me afecta
Nem um pouquinho...

Sinto-me cansada...

Cansada de descobrir tanta coisa num tão pouco espaço de tempo...
Cansada de descobrir tantas novidades num mundo tão pequeno e restrito como o meu...

Cansada de pensar que sou eu que estou errada, quando no fundo
Sei que não é bem assim...

Estarei a crescer com as minhas novas experiências de vida?

Não sei...

Ok... Crescer deixa-me assustadíssima
Íssima, íssima, íssima...

Porque não sou como aqueles que engolem a falsidade
E sorriem perante ela?
Ou como aqueles que dizem que está sempre tudo bem
Quando se sentem por um pavio de uma vela?
Ou como aqueles que dizem ser amigos de toda a gente
E os atraiçoam pelas costas, como se nada fosse?

Sou diferente... Se é bom ou mau?
Não sei...
Estarei a tornar-me igual a um "Fernando Pessoa"
Que começa a tomar noção do que é
Realmente a vida e as pessoas que dela fazem parte?

Não sei...

Tudo o que me resta é desabafar com palavras nas palavras...
Tudo o que me resta é enfrentar todos os dias as mesmas pessoas, a mesma rotina...

Ainda bem que ainda tenho pessoas que cuidam de mim...

Não sei...

Só não quero pensar que a vida é um tédio
E viver a vida fazendo dela uma vida nostálgica
De uma infância vivida que não posso voltar a viver...

Não quero olhar para o espelho
E ver um reflexo de alguém que não conseguiu concretizar os seus sonhos
E vencer os pesadelos...

A vida é...

Não sei...

Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!
Vida traiçoeira!

Cada novo dia é uma nova batalha...

E a vida deve ser encarada como uma guerra que deve ser vencida!

Não a guerra cruel da televisão...

Mas uma guerra onde se luta pelos sonhos e pela conquista de um novo mundo...

Um mundo onde tudo é perfeito apesar da imperfeição...

Será possível um mundo assim?

Não sei...


JMF*10

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Álcool Ode

Portugal atrofiado, século vinte e um
Epa-lá-á-á-á,... deixem estar...

Outrora país descobridor, todas as épocas dos nossos livros
Louvemos, louvemos esses tempos
Ó sempre moderno retardado, lamento-te, minha época, meu Universo
Ó álcool, ó drogas, ó grande ópio
A todos os perfumes negros,
A todos os excessos, z-z-z-z-z-z-z-z!
Viva à vida clara, saudemos o nosso coração

Pertenço à geração dos shots, das sensações em liberdade
Repugno tudo, o Baco, o ópio, r-r-r-r-r-r-r-r-r-r-r-r-r-r...
Deixem-me em paz, largem-me!

Hé-lá! Blim, blim,blim
Hup-lá, hup-lá
Encontrem as diferenças...
Que importa, que importa?
A minha alma está doente.
Febre!

Urra os jovens no mundo das cores
Urra os jovens de todas as maneiras
Urra os jovens do País das Maravilhas
Basta, basta, basta, BASTA!
Raios vos partam! Que vão para o diabo!

Morra a geração rasca!Pim!
Morra o Portugal atrasado, morra! Pim!
Continue o Zé-Povinho a acreditar na ilusão da Suacelência
Suacelência para a esquerda... Suacelência para a direita...
E o desgraçado Zé não passa do mesmo sítio! Gr-r-r-r-r-r!
Hup-lá,hup-lá,hup-lá-hô,hup-lá!

Ah, que mal fiz a Deus para merecer isto?!
Jorge Saraiva

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Content'Ode (Ode aos Contentores)


Entro naquele cubo sem sentido,
Naquele cubo arrefecido sem calor, onde o cheiro por vezes é tão intenso
Que tal intensidade intensifica o meu mal estar
Sem desejo de ficar e ir dar uma volta para apanhar ar...

Brrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr......rrrrrrrrrrrrrrrrrrr Ó frio maldito
Que não foges e nos deixas até ao fim.... Ó janelas,
Ó grades, Ó cadeiras...
Ó mesas, Ó quadros, Ó luzes...
Ó ar condicionado que me deixas constipar
Que me fazes espirrar, dando-me sono para me deitar...
Ó terrifico és tu que tornas o ar irrespirável
De tão respirável se possa tornar!

Buuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuummmmmmmmmmmmm!
Mais um estremecer, uma máquina a desfazer a calma que poderia me restar
Uma loucura enlouquecida, tão morta e tão vivida
Sinto-me prestes a rebentar!
BummmmmmmmmmmmmBummmmmmmmmmmmBummmmmmmmmmmm!
Acabai com a barulheira duma só vez
É o meu último ano... Sê cortês, já que o Baile nem se sabe onde se irá realizar!
BummmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmBummmmmmmmmmBummmmmmmmmm!
Tocai tambores e cornetas, guitarras e flautetas, abram alas para podermos passar!

Ó salão que nos acolhes e nos apertas até ao bar!
Ó matraquilhos que matraquilhais e o vosso som explode os meus tímpanos em partículas de azar!
Ó pessoas e pessoazinhas que nunca andais tanto tempo sozinhas com medo que a grua vos possa atacar!
Ó terríveis! Ó impiedosos! Ó trabalhadores sem trabalho para realizar
Que levastes a escola e deixaste-nos a esfriar!

Ó contentores, ó caixotes, ó monoplural! Nem tendes um nome fixo
Para nos fixar!
Ó tractores, ó gruas, ó berbequins!
Ó chuva, ó frio, ó frenesim!
Ó loucura, ó início sem fim!

Ahhhhhhhhhh! Ahhhhhhhhhh! Ahhhhhhhhhhh!
Gritai a som alto, libertai o ruído que se acumula em vós
Saltai barreiras, fechai portões, soltai a voz!!!

ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZzzzzzzzzzzzzzzz!
Adormecei para que possamos ter paz, fazer um teste sem tremores nem batuques!
Adormecei para que possamos fazer da paz, a guerra que nos faça escutar!

Ó temíveis temidos! Terrores sentidos que já não consigo suportar!

Brrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr... Tlim tlim tlim tlim
Cai a chuva para naufragar... Oh que pena!
Oh que horror! Ohhhhhhhhhhhhhhhhhh! O ar condicionado não dá mais
Vamos lavar os pés em vez de aprender e escorregar ao tentar sair!
Oh que pesaroso! Oh que tortuoso! Vamos escrever gelo em vez de metais!
Loucura sem sentido diluída ao pé do bar, do ar, do mar!

Ehhhhhhhhhhhhhhhhhh! Acordai vivalmas, queremos pô-los a andar!
Pinga a água na cabeça e lá se vai o conhecimento pelo ar...

( Belos foram os momentos passados
Em que tinha um aquecedor para me encostar...
Chegava e aconchegava para do frio escapar...
Não havia ruído tão profundo nem silêncio tão perturbador
Nem grades na janela que me fizessem sentir como hoje estou...
Presos num cubículo, onde o cubo esvaziou, inundou, pegadas criou...)

Oléééééé! Oleeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee!
Sob o sol fazemos a tourada para os outros que tentam estudar...
Lá dentro estivemos nós e cá fora estaremos
Tememos quando chover e quando nevar!
Flocos se erguerão, se pisarão no chão, dentro e fora sem cessar!

Ó pestes pestilentas, Ó gripes e gripalhadas
Não sejais abençoadas! Não Não Nãoooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo!

Eláááááááááááááááááááááá! Vai um de skate lá fora a passar
E outro a escapar sem escapadela possível dela
Sensivelmente sem sensível! Oh loucura temível!

Hoooooooooo Hoooooooooooo Hooooooooooooo
Aproveitar um contentor para a visita do Pai Natal:
tem o frio e o gelo, menos as cores festivas e alegres!
Passará ele nas portas? Ou será pela janela?
Lamento muito, essa é estreita como uma vela!!!

Lá se vai o natal... ohhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhohhhhhhhhhhhhhhhohhhhhhhhhhhhhh!

Ai! Quem me dera que a escola não fosse resumida a um simples contentor!


JMF*10

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Recordação


Hoje não me apetece escrever poesia. Porquê? Porque não me apetece.
Recordo a chuva a cair nas janelas, na noite anterior. Estava furiosa. Feroz. Veloz.
Recordo o verão, que começa a distanciar-se e a olhar-me das recordações com um ar de gozo.

Oh... Recordações... Quem não gosta de as ter?

...


Percorro velozmente
Com toda a calma do mundo
O longo caminho das memórias...


Belos tempos os de infância...
Belos tempos os de criança...

Pensar dói...
Recordar magoa...

Mas não é uma mágoa cruel...
É uma mágoa nostálgica
Que desperta a saudade
E nos prende na realidade...

Queria sonhar sempre, sempre, sempre...

Não ter de acordar com um despertador louco
Que quase me mata de coração!
Não sentir o sentimento oco
Que nos trespassa sem razão...

Talvez esteja a ser demasiado sentimental...
Mas que importa?
Recordar é ser assim...

Agora, com a confusão a dominar o meu pensamento
Vou desligar o computador,
Sentar-me em frente a um livro,
Olhar pela janela e sentir o odor
Que a chuva deixou
Numa recordação...

Numa longa recordação...

JMF*10

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Despedida


Longe está o mar,
A areia e o odor salgado...
Longe vai o descanso
Há tanto desejado...

Longe está a gargalhada
De uma criança a brincar,
Longe está um sorriso
De um velhinho a passear...

Longe vai o dia
Longo e caloroso,
Longe vai o tempo
Em que tudo é nosso,
Em que tudo é eterno,
Em que nada vai e não volta...

Que escrevo eu? Que digo eu? Que pensas tu
Ao ler o que é meu?

Olho para o chão
Com o tempo contado,
Ouço a balada
Com o espaço cortado!

Olho para o livro
Que tanto quis ler
E que agora me olha da estante
E que me diz: Agora não pode ser....

Olho para as férias
Que passaram a voar
Anseando por um futuro
Que está para chegar!!!

Despeço-me do verão,
Da praia, da piscina...
Digo adeus ou até breve
Com um sorriso meio traquina...

JMF*10

Bom ano!


Aqui estou eu... Para escrever o quê?
Bem... não sei ao certo sobre o que hei-de escrever... Ou talvez saiba... inconscientemente...
Olho para trás e vejo o caminho que percorri até agora... É estranho observar interiormente todas as etapas ultrapassadas... umas melhores, outras piores... Mas cada uma com um significado e um percurso diferentes... Mas o que me assusta ainda mais são as etapas que ainda terei de ultrapassar... Assustador... O passado assusta, mas já foi desvendado... mas e o futuro??? Assusta ainda mais, pois não sabemos com o que se pode contar... o futuro é um ponto de interrogação giganteeeEEE!
12º ano... Uau! Nunca pensei que chegasse tão depressa... Ansiedade, nervosismo... são alguns dos biliões de sentimentos que se revoltam dentro de mim... Quando dou por mim, ando aos saltinhos pelo quarto, a ouvir uma música toda animada através do meu milagroso mp3... Não é loucura, não... é... sei lá o que é! É uma forma de descarregar energias desnecessárias :-)
Enfim...
Bom ano lectivo, pessoal! Entrem com o pé direito!

JMF*10

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

V - O fim?

Abri os olhos lentamente... Não ouvia o leve ressonar de Angel que me embalara durante a noite. Ouvia... silêncio. Sentia-me despejada num sítio qualquer. Sentia-me atordoada.
- Oh, finalmente! Já acordaste!
Senti uns lábios carnudos comprimirem-se contra a minha cara e uns braços gorduchos a envolverem, delicadamente, o meu pescoço.
Esperei 1, 2, 3, 4, 5 segundos e abri os olhos totalmente. Acordara do coma.
Acabara-se o sossego...
- Olá!
Oh não! Eu reconhecia aquela voz melodiosa, aquele sorriso! Ok, eu ia morrer, definitivamente!
E quando virei a cara para o encarar lá estava ele!
- Sei que não me conheces, mas já nos cruzámos várias vezes nos corredores da escola... Eu sou o Justin e... bem, acordei também dum coma... há poucos minutos... e cá para nós... - Baixou-se e falou tão baixo que só eu ouvi - ...acho que tivemos no mesmo sonho...
- Eu não acho... eu tenho a certeza! - retorqui-lhe eu, também baixinho.
Estava confusa com tudo aquilo. Mas ele era, de facto, real.
Uma médica de bata branca entrou pela porta daquele quarto de hospital para me examinar e verificar que estava tudo bem. Angel Justin ficou ali a animar-me com o seu sorriso.
Desde então, nunca mais nos largámos... éramos grandes amigos e inseparáveis.
As coisas melhoraram. Aprendi que ser paciente era um óptimo alicerce para encarar a vida.
Não voltei a sonhar com aquele sítio maravilhoso... Angel e eu falávamos sobre isso... ele estivera em coma mais tempo do que eu... enfim...
Nada mais me importava... tinha um bom amigo, uma boa dose de paciência... Seria tudo aquilo um sonho tornado real?


*

Um sonho é um pedaço
Da nossa ilusão,
Um sonho é um pedaço
Da nossa resolução...

Sonhar é dar alma
À nossa imaginação,
É dar rumo à nossa vida
Que espera uma resposta a qualquer questão!

Sonhamos para sobreviver
Para criar objectivos de vida
Sonhamos para não morrer
E ficar numa rua esquecida!

Sonhamos para nos iludirmos
De que há algo mais a conquistar!
Por vezes, conseguimos
Por vezes, deixamo-nos derrotar!

O que importa é conseguir
Erguer os braços e lutar
Não só pela realidade
Mas por qualquer sonho que pode chegar!

Ser infeliz não é resposta
Que o sonho queira ter
Saber ultrapassar a infelicidade
É o sonho de qualquer ser!

Não basta sonhar
Há que ser paciente
E saber avançar
A uma meta permanente!

Não basta sonhar
Há que saber levar o sonho ao real
E não abandonar
Um sonho sensacional!

JMF*10

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

IV - Paciência


" Mantinha viva a esperança de ele voltar... Era tudo tão calmo e, de repente, ficou tudo estranho...
Aquele lugar era belíssimo... as árvores enormes que me rodeavam, deixando nu o céu azul, rosa, violeta, típico do fim do dia... o chão suave que emanava o cheirinho a erva molhada... os raios de sol que escapavam por entre as árvores, que se uniam para formar aquela casa tão invulgar...
Mas de que me adiantava o ambiente de sonho, se interiormente mergulhara num pesadelo total?
Sentia-me magoada... não me importava o banho ou o cabelo desalinhado ou o descanso perdido... Teria primeiro de recuperar Angel...
Encostei-me a uma das árvores/ paredes... Angel dissera: "O facto de agora estares aqui presa implica muitas mudanças da tua parte... precisas de encarar a realidade e facilitares a tua vida... precisas de sonhar e de lutar por esses sonhos... precisas de enfrentar o que te impede de realizar os teus sonhos e de saber lidar com tudo isso... só assim, serás feliz, realmente! ", e : "não é a distância que afasta duas pessoas... acredita! ".
Humm... Em primeiro lugar, eu não lidava muito bem com mudanças... assustavam-me, principalmente quando eram repentinas.... para enfrentar os meus problemas, tinha de pensar.... tinha de encarar os problemas para saber dar-lhes resolução.... só depois realizaria os meus sonhos (que mundo tão esquisito!)... Ora, recuperar Angel era um sonho... logo, isso implicaria um problema por resolver... mas qual???
Senti um arrepio... "Não é a distância que afasta duas pessoas..."... Ele estaria a ver-me do alto de alguma árvore? Delírio... ou talvez... não fosse bem um delírio... Eu e Angel estávamos no mesmo mundo... logo...
- Angel, regressa aqui antes que eu queime a floresta toda de tanto pensar!
Esperei, silenciosamente. Nada.
Levantei-me. Comecei a andar de um lado para o outro, impacientemente. Talvez... humm, seria esse o meu problema? Impaciência...
De facto, não era grande apoiante da paciência... esperar demasiado por algo dava cabo de mim... Fervilhava quando não descobria as coisas logo à primeira...
Aquele Angel! Primeiro diz que estou preparada e depois faz estes joguinhos comigo! Que paciência!
Parei no meio daquele "salão" enigmático. Respirei fundo. O ar que inalava queimava por dentro. Olhei para as minhas mãos e tremiam. Baixei-as, fechei-as num punho, e voltei a respirar fundo. Pensava: "Calma, Jessie, tu consegues!". Fechei os olhos. Respirei fundo vezes e vezes sem conta. Comecei a sentir-me muito mole. Sem dar por isso, as minhas mãos descontraíram-se, deixando de estar fechadas. O ar já não me queimava. Abri os olhos... Era de noite, pela primeira vez, naquele sítio bizarro, mas estranhamente confortável.
- Ok, Angel... eu sei que estás aí! Eu sinto a tua presença... humm... algures por aqui... Queres que eu seja paciente... Desconfio que isso seja uma maneira de enfrentar não só o problema da tua ausência, mas muitos dos problemas que me irão alcançar durante toda a vida... Ficas a saber que mudanças, não são o meu forte... Mas também terei de enfrentar isso... - parei e suspirei - Tudo o que me atormenta, eu escondo dentro de mim... Tenho sonhos, mas quando algo corre mal, desanimo... Falta-me a paciência... Falta-me a capacidade de erguer imediatamente a cabeça e dizer: Eu consigo, só preciso de lutar!... Voltei para aqui para fugir da realidade... Mas a realidade e o sonho não vivem um sem o outro... Por isso, estou aqui! Quero que saibas que... preciso de ti para viajar no meu próprio mundo... Preciso de ti para ser feliz! Preciso de ti e de ser paciente... Não quero que seja a minha impaciência a afastar-nos... Porque se a distância não o faz eu também não o vou fazer!
Calei-me... Sentei-me na erva... Estava calma e aliviada. Mesmo que o meu discurso não resultasse, eu não iria desistir... Iria ser paciente.
Embrenhei-me no meu pensamento. Senti umas mãos a tapar-me os olhos. Sorri. Reconheci aquele toque. Resultara.
- Espero que não te arrependas do que disseste!
- Angel, não me vou arrepender!
- Eu sei que não... eu sei que não...
Agarrei-lhe nas mãos e virei-me para o enfrentar.
- Não me voltes a fazer isto... prometo ser paciente, mas não prometo que irei resistir a dar-te um valente puxão de orelhas.
Mais do que a lua e todas as estrelas do céu, Angel iluminou-me com o seu sorriso. Abracei-o. Ele apertou-me contra si e sussurrou-me ao ouvido:
- Serei sempre teu amigo e estarei aqui até ao fim! Agora, banho e jantar!
Afastou-me de si e passou a mão pelo meu cabelo. Escondi a cara no seu peito com vergonha do estado lastimável da minha higiene.
Fui-me a lavar ( a casa-de-banho era lindíssima! o duche era na "realidade" uma cascata belíssima!) e quando regressei ao "salão", estavam um jantar que cheirava imensamente bem e Angel à minha espera. Jantámos, rimo-nos e, por fim, adormecemos os dois encostados a uma árvore, abraçados um ao outro para enfrentar qualquer pesadelo que se intrometesse no Mundo dos Sonhos!
Eu não enfrentava bem as mudanças repentinas... Mas o regresso de Angel levou-me a acreditar que é possível enfrentar qualquer mudança, desde que se seja paciente!"

JMF*10

III - Coma

Estava farta... Mantinha bem vivo na minha mente toda aquela beleza vislumbrada... mas de que me adiantava tudo isso agora?
Acordara com uma voz que despertava em mim o pior do meu ser... Sentia-me... vazia...
O medo possuía-me com uma força brutal e eu não conseguia escapar, porque todo o meu ser, toda a minha alma, estavam preenchidos com esse sentimento imperfeito e cruel.
Desci as escadas devagar... não me apetecia, não gostava de lidar com problemas ou discussões... não era nem nunca seria o meu forte... deparei-me com tudo o que não queria deparar...
- Ainda estás a dormir? Não vês que horas são?
Não respondi. Saí disparada como uma flecha, deixando atrás o eco do estrondo da porta de casa a bater.
Loucura. Talvez fosse a palavra ideal que globalizasse aquele cenário, onde eu era a personagem principal.
Eu sentia-me infeliz... mas ninguém se importava com o meu estado de espírito que cada vez ia escurecendo mais e mais...
Corri sem olhar directamente as sombras que se erguiam cada vez mais alto para me observar...
Ia de camisa de dormir, a correr descalça por ruas povoadas de gente.
"Brilhante!"... Mas não parei nem voltei atrás... Só queria recuperar o Sonho que abandonara e que me faria sentir bem... Queria encontrar Angel, abraçá-lo e chorar e rir e cantar e gritar... gritar até ficar sem voz... Ai! Como era bom imaginar o derradeiro desabafo...
De repente, vêem-me à memória todas as críticas, todos os dedos apontados, todas as vozes severas, todas as desilusões, todas as mágoas... Todas as vozes que me diziam: és boa, mas há melhor que tu!, ou então, se conseguires... Se... se... se... Se eu conseguisse realizar o meu sonho profissional, muita gente iria sentir remorsos do que me dissera... mas cada SE que me dizem, encaro-o como uma falta de confiança... E não gosto de sentir isso a recair sobre mim... Os nervos tomavam conta de mim... de mim, do meu corpo, da minha alma...tremia, mas não era de frio... chorava, mas não era de alegria...Senti saudade de abraçar a minha almofada e de adormecer com um sorriso nos lábios.
Senti saudade de abraçar as estrelinhas brilhantes que me aconchegam na escuridão do meu mundo, e que brilham para mim quando mais ninguém o faz.
Senti saudade de ser criança e de correr sem medo do amanhã.
À minha boca, chegou o sabor salgado de um fiozinho de lágrimas que se acumulavam na minha cara, deslizando suavemente para as saborear...
Olhei o céu... O coração rebentava no meu peito... o pensamento mergulhava num turbilhão de sensações e sentimentos...
Senti-me tonta... e num abrir e fechar de olhos... tudo se apagou em meu redor.

" - J., ouves-me? Estás a ouvir-me?
Pestanejei. Olhei para cima e vi o rosto dele sobre mim, a transbordar de preocupação.
- O que me aconteceu? - murmurei.
- Entraste em coma... hum... na realidade...
- Finalmente! Já não suportava mais um dia naquele inferno...
Angel sorriu.
- Eu compreendo-te... Precisas de... - calou-se.
- O que se passa?
- A partir de agora, não te posso acompanhar.... lamento!
- Mas porquê?
Angel fitou-me e disse:
- O facto de agora estares aqui presa implica muitas mudanças da tua parte... precisas de encarar a realidade e facilitares a tua vida... precisas de sonhar e de lutar por esses sonhos... precisas de enfrentar o que te impede de realizar os teus sonhos e de saber lidar com tudo isso... só assim, serás feliz, realmente!
- E porque tens tu de ir embora?
- Porque... terás de descobrir isso... mas... não é a distância que afasta duas pessoas... acredita!
E, de repente, desapareceu.Não era apenas o meu corpo que estava inerte, agora. Angel induzira o coma também no meu coração."

JMF*10

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

II - Preparada


Os sonhos são algo que me ajudam a esquecer a vida real por momentos, por breves instantes. Ajudam-me a desenhar o futuro numa tela da vida. Os sonhos mantêm viva a esperança de dar cor a um mundo que, por vezes, se tornava cruel, frio, insensível, incolor.
Na manhã seguinte àquele sonho tão real, parecia um autêntico...
zombie... Sabia que seria um dia igual a tantos outros. Com uma ligeira diferença: a noite anterior fora diferente de todas as outras. Não voltara a adormecer, pois a minha mão direita apenas se limitou a escrever folhas e folhas e folhas... deixei-me ser um vulcão em erupção, cuja lava que escorria para fora de mim e queimava as folhas outrora em branco era aquela inspiração súbita e tão fácil de sentir. Tudo aquilo era esquisito, pois assustava-me e fazia-me sentir extremamente bem e livre, simultaneamente. Eu sabia que a vida real por enquanto não era um sonho concretizado. Na realidade, os nervos impediam-me de sentir inspirada e livre, presa nas cavernas submersas do meu ser.
Na realidade, nesta exacta realidade, deixara de sentir novamente a inspiração que me invadira, e voltara-me a fazer sentir livre... agora, nem sei ao certo como eu me sentia... talvez um pouco farta de me picar nos espinhos que o mar de rosas apresentava... Estava cansada, prestes a desistir... A vida pregara-me dois estalos na cara, quebrara a esperança que deveria preencher o meu espírito de adolescente. É óbvio que os adultos que lerem isto dirão logo:" pensamento típico destas idades"... mas quer queiram, quer não, ser adolescente não é o momento em que se é um actor de uma peça de teatro dramática, mas sim um crítico de qualquer erro nessa peça... um adolescente não torna tudo demasiado difícil e surreal, apenas vê o mundo numa perspectiva mais livre, mais sentida que qualquer adulto... um adolescente não torna a vida num sonho, mas um sonho numa vida...

Pensar em tudo isto com o cansaço que já tinha em cima deixava-me fora de mim... apenas pensava em deitar-me e não acordar mais... pelo menos, até me sentir suficientemente bem para enfrentar a realidade.
De novo, tranquei todas as janelas do meu quarto. Deitei-me na cama e fechei os olhos. A curiosidade latejava dentro de mim.

"Era de novo final de tarde, naquele sítio já conhecido. Angel estava, de novo, perante os meus olhos. Tinha um ar preocupado e estranhamente sereno ao mesmo tempo.

- Tu não estás bem - disse-me.

Toda a teimosia e rebeldia que sentira no sonho anterior relativamente àquele ser magnífico, apagara-se. Sentia-me frágil. Cansada. Triste. Revoltada. Magoada. Desiludida.

Ele aproximou-se de mim. E fitou-me, agora profundamente preocupado.

No meu rosto, senti um fiozinho a escorrer, molhando os poros da minha pele, por onde passava.
Desisti. Abracei Angel e chorei, chorei, chorei. Ele correspondeu ao meu abraço, apertando-me contra si, passando a mão pelo meu cabelo, provavelmente de novo desalinhado.
- Agora sim, estás preparada.
Não percebi o que ele quereria dizer com aquilo. Estava esgotada e apenas queria perder-me naquele abraço e desabafar todos os sentimentos negros que se ergueram durante tanto tempo dentro de mim.

Senti um arrepio. Angel era gélido. Apercebi-me disso, de repente. Afastei-me dele. Ele largou-me.
Um pouco mais aliviada e com um leve sorriso disse-lhe:
- Dormes em algum congelador ou tens como passatempo favorito ir passear ao Pólo Norte?

Ele riu-se e limpou-me as lágrimas que teimavam em pairar sobre o meu rosto.

- Nada disso... O mesmo poderia dizer sobre teres fugido do sonho anterior...

- Eu não fugi... assustei-me contigo e acordei! - disse-lhe na brincadeira.

Era muito fácil sentir-me novamente bem. Ali. Com Angel.
Ele agarrou no meu queixo e disse-me:
- Tens piada... és... interessante...
- Lá por vir aqui a ter não quer dizer que venha com a intenção de ser o palhaço de serviço... e dispenso elogios de pessoas desconhecidas...
Ele sorriu. Tinha um sorriso belo e perfeito, tal como tudo o que emanava dele.
- Não era um elogio, era uma observação.

Puxei-lhe a orelha, levemente. Ele agarrou na minha mão e começou a brincar com os meus dedos.

- Há muita coisa que te quero dizer, Jessie. Precisas de saber o que te trouxe aqui e o que fazes aqui ao certo. Mas antes, tens de tomar um banho e comer qualquer coisa... Que achas?

-Fixe! Finalmente, uma ideia brilhante! - respondi-lhe eu, sorrindo. - Há por aí algum duche?

Ele olhou-me muito sério e desatou à gargalhada, logo a seguir. Perguntava-me seriamente o que teria a minha cara de tão engraçado para o fazer rir daquela maneira descontrolada.

- Bem, o que há aqui para tomares banho é... um rio... ali, naquela direcção - e dirigiu um dedo para o lado oposto donde estávamos.
- Um rio??? Estás a gozar comigo, certo? Também me vais dizer que tenho de extrair aloé vera para fazer o champô e arrancar folhas para secar o cabelo...

E, de novo, riu como eu nunca vira rir alguém.
Ele respirou fundo, tentando estar sério perante o meu ar ligeiramente perturbado e confuso.
- Até que nem era má ideia... Mas eu estava a brincar contigo... Fecha os olhos... e não vale espreitar.

Estendeu-me a sua mão e eu dei-lhe a minha. De mãos entrelaçadas com aquele ser fantástico e de olhos fechados, senti uma leve pressão e... nada mais.

-Vá, já podes abrir os olhos, Jessie.
Abri e...
-UAUU!!!!

Ele riu-se.

- Se tudo for tão fantástico como o que estou a ver, então... estou mesmo preparada... Seja para o que for!"


JMF*10

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

I -Ínicio

Estava a tentar escrever algo, naquela folha em branco, que me olhava de forma a torturar-me, desesperadamente...
Chateei-me... com o braço varri a secretária que se apresentava à minha frente, de forma brusca, peguei na caneta azul, atirei-a contra a parede... "Bah!"... Detestava sentir-me assim, sem inspiração... sem inspiração para escrever, sem sentimento para dançar... detestava sentir-me assim... cheia de sentimentos rebeldes... vazia de alma de artista...
Fechei todas as janelas do meu quarto, mergulhando numa escuridão assustadora e reconfortante...
Eu não tinha medo do escuro... apenas tinha medo da minha imaginação traiçoeira que desenhava monstros e fantasmas naquele véu negro. Misturei um tal de "Voldemort" com um "dementor" e ainda um tal de "James" e "Victoria"... Brilhante! Era tudo o que me faltava... Sem inspiração ideal, com imaginação fatal...
Levantei-me e fui até à varanda... Era noite cerrada... ao fundo um farol de um carro rompia as teias do escuro como breu... os pontos brilhantes convidaram-me a fechar os olhos... ouvi dois leves Bac's!... eram as minhas pestanas a embaterem ...

"Aquele rosto pálido impedia-me de concentrar... Tudo o que me rodeava era um nada que eu desconhecia completamente. Era eu.... uma simples mortal, ou assim eu julgava ser...
-De que tens medo? - era uma voz suave, acolhedora e ao mesmo tempo... assustadora e temível. Medonha.
Não lhe respondi. Não me apetecia. Não tinha vontade. E, bem no fundo, sabia que a minha teimosia levaria a melhor.
Fechei os olhos. Inspirei. Expirei. Virei as costas. Inspirei. Expirei. Abri os olhos.
Sem aqueles olhos dourados a olharem directamente os meus, consegui tomar consciência do sítio onde estava. Estava numa floresta. Densa. Verde. Com árvores. Era final de tarde. Assim achava. Mas prometi a mim mesma que não olharia para o relógio. Parecia ter medo de enfrentar o tempo. Não sabia como fora ali parar. Não fazia ideia.
- Como te chamas?
Bonito! Aquele anjo idiota e fascinante conseguira cortar a minha linha de pensamento.
- Eu sou o Angel... Angel Justin. E tu?
Angel??? Que nome mais patético... Considerava aquilo, no máximo, um adjectivo, não um nome próprio.
Virei-me novamente para o encarar. Aquele olhar... ai, aquele olhar...
Desatei à gargalhada, desenfreadamente. Tudo aquilo era ridículo. Aquele ser divinal e perfeito, a minha presença ali... Das duas uma: ou eu estava louca, ou eu estava... louca.
Ele olhava-me com um ar sereno, calmo. Como se compreendesse o que eu estava a sentir.
-OK... Estou louca!
Ups! O pensamento virou fala. Lá se foi a minha teimosia...
-Não... não estás... Estás apenas... inconsciente, Jessie.
-EU? INCONSCIENTE? COMO SABES O MEU NOME, SR. SEI TUDO E SOU PERFEITO???
Ele riu-se. Eu estava prestes a partir-lhe a cara e a reacção dele foi... rir-se.
Comecei a caminhar por aquela floresta, sem saber muito bem o percurso que iria tomar. Apenas tinha a certeza duma coisa: ia no sentido contrário daquele... Angel.
Rasguei a vegetação, sem olhar para trás. Vi um reflexo um pouco mais à frente. Aproximei-me para perceber o que era aquilo. Parei.
Um espelho alto surgia do nada, estando entre duas enormes árvores, provavelmente dois pinheiros enooooOOOOOrmes.
Olhei para a imagem que o espelho me dava a conhecer. Branca. Alta. Nem muito gorda, nem muito magra. Cabelos compridos, castanhos, ondulados pela humidade, desalinhados. Olhos acobreados. Vestido branco, sujo pelos salpicos de terra, rasgado. Uma das alsas descaída sobre o ombro esquerdo. Descalça. Atrás dela, estava ele. Branco. Mais alto que ela. Bem musculado. Cabelo curto, espetado, despenteado. Olhos dourados. Camisa branca, calças de ganga. A mão esquerda dele sobre o ombro direito dela. Ele. Ela. Nós.
- O que me aconteceu?
- Bem-vinda ao Mundo dos Sonhos, Jessie. "

Acordei, ofegante. Tudo aquilo era... demasiado real para ser real... Estava na varanda, ainda era noite.
Entrei no meu quarto, abri a porta do roupeiro e olhei para o espelho. Não estava branca, nem de cabelo desalinhado, nem de vestido branco. Nem ele pousava a sua mão sobre o meu ombro.
"Foi apenas um sonho.", pensei.
Mas fosse sonho ou não, nessa mesma noite, a inspiração emergira de mim.

JMF*10

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Suspiro


Suspiro...
Reclamo por cada partícula de ar
Que não consigo respirar...

Suspiro...
Reclamo por cada palpitação
Que dá a mais o meu coração...

Suspiro...
Reclamo por cada grito reprimido,
Cada choro esquecido,
Cada sorriso destruído...

Suspiro...
Reclamo por cada hora passada,
Cada alegria roubada
Pela vida injustiçada...

Suspiro...
Reclamo por cada suspiro inspirado,
Cada olhar calado,
Cada ruído silenciado...

Suspiro e volto a suspirar
Reclamando pela paz e harmonia
Que não se deixam apanhar
Deixando o meu dia-a-dia
Partir para me aterrorizar...

Apenas queria viajar
Num suspiro, sem voltar
E secar todas as lágrimas
Dando vida a um novo despertar...

Agora só me resta olhar o céu...
Ver os pássaros a voar,
Ouvir uns saquitos a reclamar,
Olhar as nuvens e vê-las a formar
O véu branco que eu quero agarrar...

Resta somente o desejo
De num raiozinho de sol me pendurar
Para conhecer meio mundo
Antes de surgir um belo luar...

Suspiro...
Reclamo pelo sossego
Que o futuro não me quer dar...

Suspiro...
Reclamo pelo sonho
Que facilmente se deixa realizar....

Suspiro e volto a suspirar...
Pois cada suspiro reclama pela esperança
Que parece ir sem regressar!

JMF*10

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Aos alunos do 11º ano Turma C

Aventurar-me a escrever umas breves palavras não é fácil, mas a ocasião vai concerteza tolerar a minha falta de jeito; de jeito e não só, pois foi também uma aventura conseguir chegar ao "blog" para escrever o texto ...
Alguns de vocês já me acompanham há 5 anos (UF! que seca!! dirão!!!), outros há menos tempo, mas não deixa de ser o suficiente para se estreitarem laços, que numa despedida são difíceis de desfazer! Claro, eu falo por mim!!!
É chagada a altura de muitos sonhos continuarem, mas, ainda há uma meta para ultrapassarem, os "mal amados exames", que vão decidir muito e muito ...
E talvez agora tenha que ser "politicamente incorrecta", mas alguns nada ou pouco fizeram para os superar, outros sim, foi muito bom trabalhar com eles e para eles, faz bem ao nosso ego ver , que depois do esforço feito para os ajudar, eles atingem o sonho que os fará mulheres e homens com uma profissão por eles escolhida. Oxalá o sonho continue...
Apesar de não termos tido muito tempo de convivência, temos concerteza momentos e lembranças que valem muito.
Para todos MUITA SORTE e quem sabe ATÉ SEMPRE
A Professora de Biologia / Geologia
Maria José C. Rodrigues da Costa

terça-feira, 2 de junho de 2009

Dúvida

O teu olhar me magoa, na minha mente continuam aqueles momentos que foram poucos mas foram vividos.
Vejo o teu rosto tão sério, tão sincero e dói saber que a causa de tudo isto fui eu! Desci por escombros dos meus sentimentos, falei de maneira “estúpida” o que não sentia. Refugiei-me atrás de mascaras, não admitindo a realidade.
Resta a lembrança, ainda pode sentir o teu cheiro e momentos onde ouve alguns sorrisos e trocas de olhares que gostaria que tivessem durado uma eternidade.
Como eu digo embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.
Gostaria que o tempo tivesse parado quando tudo era perfeito, de repente veio uma brisa e mudou tudo.
Sinto que deixei a minha alma num outro local perto da tua presença, e que é dessa alma que tiro o ar que respiro e que sem tua licença, se tornou um manto de sonho no qual navego a cada amanhecer, sinto que o corpo é uma mera sombra fingindo viver, que no fundo queima na esperança que as horas passem, e os dias andem apenas para te ver…
Quando te vejo a aquele querer-te e não te querer ao mesmo tempo!



*Andreia Pereira

...


Muitas pessoas devem perguntar porque continuo a escrever aqui, se já não conta para a avaliação. Mas na verdade eu não escrevo textos só para ser avaliada, mas sim porque gosto de escrever.
Sempre fui uma pessoa muito fechada, gostava de escrever mas não gostava que ninguém o lê-se.
Posso dizer que não achei muita piada quando o professor de Português disse que tínhamos que escrever textos para lhe entregar e meter no blogue. Pensei mesmo: “lá terei que deixar de escrever os textos que gosto e escrever algo que toda agente possa ler”.
Agora posso-lhe agradecer por ter tido esta iniciativa! Já não tenho medo que leiam o que escrevo, só transmito o que sinto, o que penso, e quem não gosta paciência. Também não escrevo para agradar a ninguém…
Andreia Pereira*

segunda-feira, 1 de junho de 2009


De Férias?


À muito que ansiamos por umas férias, férias essas que para alguns são muito bem merecidas! Dias e dias de trabalho, sem um único minuto de descanso, sem desviar um único olhar, sempre com a cabeça enfiada por entre os montes de livros que temos de estudar, que temos de saber na ponta da língua...
Para quem diz que a vida de estudante é fácil, está redondamente enganado! É claro que temos os nossos bons momentos e que no há outra altura na vida melhor do que esta pelo qual estamos a passar!
Hoje, com o teste de português feito, podemos considerar-nos de férias! Mas não por muito tempo... para além do duro ano que é o 11º, ainda temos pela frente os exames que são, na verdade, a parte mais aterrorizante e decisiva! Por isso, apesar de acabarem as aulas, tal não significa que tenhamos que deixar de estudar, porque agora é ainda pior!
Por isso, la se vão as nossas férias! Ainda nos resta algum tempo depois da tremenda fase de exames, mas já não é nada como antes... Acaba por ser bom, é sinal de que estamos a crescer e que finalmente as nossas decisões vão ser muito importantes para aquilo que queremos num futuro mais longínquo! Há quem ainda não tenha muito bem definido os seus objectivos e as suas metas, não é fácil decidir uma coisa que nos acompanhará até ao fim da vida...
Esta é a altura em que nós, alunos, mais sofremos... e se por acaso no final do ano não conseguirmos ter entrado numa universidade, não vamos desistir, porque nós sabemos que temos capacidades de conseguir o que queremos e não nos deixarmos cair desamparados, só precisamos de muito luta e força de vontade para que tudo dê certo!
Por isso, desejo muita sorte a todos e que todos consigam chegar onde querem :D
Ah, e nao se preocupem, vamos pensar que os exames sao apenas mais um teste como todos os que temos feito até agora!

Marta Costa nº22

Simplesmente maneira de exprimir sentimentos

Algumas pessoas têm dito que eu só escrevo coisas tristes aqui. Só que eu nunca fui uma boa pessoa para escrever textos felizes, optimistas nem engraçados. Desde cedo tudo o que escrevia tinha um clima pesado…
Uma professora no 7º ano até chegou a perguntar a minha mãe como eu andava, se tinha perdido alguém de quem gostasse muito.
Mas ao contrário duque escrevo, considero-me uma pessoa muito bem disposta. Uma das minhas citações preferidas até é de Charles Chaplin: “A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso canta, chora, ri, vive intensamente antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.”
Agora assim como há aqueles que escrevem crónicas engraçadíssimas capaz de matar alguém de tanto rir, há aqueles também que preferem escrever textos mais tristes, mais pessimistas. Até onde isto interfere na minha personalidade, no meu modo de viver? Nada, sinto-me apenas melhor se deitar tudo cá para fora, embora que seja para uma simples folha de papel.
Se estou passando por um momento triste na vida, é duro e mau, mas faz parte. Mesmo que não estivesse, não saberia escrever para expressar o quando feliz eu estaria. A alegria é algo tão complexa e maravilhosa, que é impossível de se definir em palavras…




Andreia Pereira*
11º C Nº 6
O tempo é das coisas que talvez tanhamos mais a certeza que já não volta atrás. O tempo é um instante, o instante é o agora e o agora já passou, já lá vai. O que estou a escrever agora, neste momento, já faz parte do passado, porque quando pensei o que estou a escrever agora já estava a passar. É por isso que temos de pensar bem no que fazemos: porque o tempo é irreversivel, podemos até tentar emendar, mas, a verdade é que não se apaga da nossa vida como se fosse um papel e uma borracha. Por isso temos de ter certeza do que queremos fazer, e ter uma grande conciência para tentar mos fazer as melhores opções. É claro que é mais facil escrever do que na fazer prática, dizer é uma coisa e fazer é outra. Eu também estou sempre a fazer asneiras. Mas na vida tudo vale a pena o que é bom porque ficamos felizes, e o que é mau porque aprendemos. Para a proxima damos o nosso melhor ou pelo menos tentamos.

Luísa nº2/ 11ºC
Hoje quando estavamos a fazer o teste de português, na parte de fazer o resumo ou a síntese, li o artigo pela primeira vez. E pensei que realmente cada vez mais os pensamentos das pessoas estão centrado em consumir (quermos comprar e comprar). As amizades só se criam para nosso benéficio e interesse (nem que seja para esquecer velhas amizades), eu sei que não são todos assim mas grande parte é. A verdade é que cada vez mais nos movemos apenas em torno do que é útil e do que é bom para nós. Sem nos preocoparmos com os outros. O que nos inporta é as aparências, a imagem (que por vezes é falsa nos dias de hoje tudo é posível), com o que os outros pudem pensar de nós, e por vezes esquecemo-o do que realmente é imporatante, o que nós somos de verdade, e sentirmo-nos bem assim. Mas é muito díficil porque por vezes dizemos e pensamos uma coisa e depois fazemos outra completamente oposta.

Preocupada...

Já deixamos de prestar atenção, quando os jornais reflectem na primeira página números assustadores sobre a quantidade de desempregados deste país. A situação está mesmo má para os trabalhadores e para aqueles que procuram um emprego cada vez está pior.
Imaginemos que tiramos o 12º ano e depois? Será que vale a pena irmos tirar um curso, que por muito que gostemos não vai ter saída profissional? Entrarmos numa universidade, tiramos o nosso curso e depois? Ou vamos para fora do país ou então teremos de encontrar outro trabalho fora da nossa área em estudo, isto é se conseguirmos encontrar sequer emprego. As opções não são muito favoráveis para as novas gerações.
Á medida que o tempo passa o mercado fica cada vez mais saturado e como tal a porta, para podermos escapar e termos uma oportunidade no estrangeiro, abre-se. Cada vez mais opta-se por tirar o curso no estrangeiro através de bolsas de estudo ou opta-se por pagar os custos todos. Esta última não é muito rentável para a classe menos abastada, economicamente, pois se muitas das vezes não têm dinheiro para comer, muito menos têm dinheiro para mandar estudar os filhos para fora.
Por isso como vamos libertar Portugal deste fosso económico? A nova geração não tem suporte para viver numa economia tão frágil como se de um cristal se tratasse. Tudo mudou. Por exemplo, nas gerações dos nossos pais, eles emancipavam-se cedo, por volta dos 19 anos, no máximo. E apesar de não haver uma economia forte, esta permitia que houvesse empregos duradouros para quase todas as pessoas, ao contrário de agora.
Hoje em dia, um jovem que queira constituir família não consegue, saindo da casa dos pais com cerca de 30 anos, a tarefa de ser independente torna-se uma missão impossível. Os jovens que têm a sorte de encontrar emprego, podem estabilizar, minimamente, a sua vida; mas já aqueles que não encontram um emprego, não podem estar dependentes dos pais para toda a vida, tendo com isso de emigrar para países que lhes garantam trabalho.
A vida dos jovens de hoje em dia não é fácil, mas as empresas ao decretarem falência, também é um facto que não ajuda muito. Não digo que a culpa seja só das empresas, pois isto é uma cadeia, mas se o mundo continuar assim, como iremos viver num planeta em que as coisas pioram a cada minuto que passa?


Ana Carolina Ferreira Torres nº1

Á Procura…

Estamos perto. Estamos perto do fim que é apenas o início para uma nova jornada, cheia de obstáculos, de conquistas, de amizades e de perdas. Mas acima de tudo é mais um desafio para vivermos a nossa vida, mais um dos muitos que esperemos que nos reserve. A vida é um jogo e nós somos as peças.
Pensamos que temos tempo para ver, sentir, saborear, cheirar e ouvir tudo o que nos rodeia; mas quando não sabemos o que a vida nos reserva, temos de aproveitar esta ao máximo.
Com o fim do ano lectivo, tudo e nada nos passa pela cabeça. Pensamos nos exames que estão quase a chegar, mas pensamos também como sentimos que o nosso dever de aluno está cumprido. Falta-nos agora apenas uma semana para chegarmos ao fim de mais um período e é com grande euforia que esperamos que ele chegue. Depois dele não haverá mais testes e com eles más recordações das entregas.
Mas será que depois de tudo o que passamos até agora; será justo dizermos que encontramos um sentido para a vida, para a nossa existência? A vida é longa mas desde cedo temos de encontrar o nosso lugar no mundo e lutar para nos enquadrarmos na sociedade. É isto que fazemos, enquadramo-nos para que nenhum de nós tenha de parecer “anormal” aos olhos da sociedade. Desde pequenos que somos ensinados a agir assim.
A sociedade é a máquina que faz mover o mundo, podendo move-la para melhor ou pior. Apesar de homem não fazer por mal, pois foi ensinado a agir assim, ele acaba sempre por discriminar, quer seja por um riso, um olhar o homem marca tudo o que o rodeia. É como se fosse uma tela que nós pintamos com os símbolos e com as nossas próprias tintas, que são a nossa marca.
Mas se a sociedade é assim tão ingrata, porque as pessoas continuam a batalhar para entrar na “colmeia”? Será que é pela protecção que nos oferece ou porque tem lá algo tão “doce” e indescritível que nos chama? Quero pensar que é a parte doce, a parte boa da vida. Quero imaginar que juntos ultrapassamos todos as dificuldades e juntos podemos dar um sentido à vida.
Recorrendo aos livros apresentados nas aulas, uma abelha sozinha não é nada e com o frio acaba por morrer; já uma colmeia luta para o mesmo fim, trabalha em equipa. O sentido para a sua existência é proteger as novas gerações para que a colmeia sobreviva. Quanto as abelhas podemos dizer que não têm medo de arriscar, apesar de poderem perder tudo. Será que um dia iremos ser assim como as abelhas?



Ana Carolina Ferreira Torres nº1

Única


Muitos foram os passos errados que dei ao longo da minha vida, no entanto com a vinda para esta escola encontrei um tesoiro, algo que é muito raro nos dias de hoje, encontrei um braço amigo com muita luz e amor.
Apesar de serem imensas as desilusões que tive ao longo dos anos, em relação a tudo um pouco, mas neste caso particular, em relação a amizade, encontrei uma pessoa fantastica que até hoje ainda não me desiludiu. Ela mostrou-me que apesar de raro ainda existe um fiozinho de amizade verdadeira. Amizade esta que já não conhecia a muito: sem inveja, sem maldade, sem falsidade...
Pois tudo que me rodeia é práticamente isso! Pessoas falsas e mentirosas que só ficam felizes quando nos vem bem lá no fundo, mas fazem-no indirectamente.
Esta menina, de que tanto falo é uma querida, capaz de fazer os impossíveis para nos ver sorrir, além de muito divertida é compreensiva, simpática, corajosa, etc. Faria aqui uma lista que nunca mais teria fim...
Embora toda a gente diga que ninguém é perfeito, para mim ela é!
Obrigada por tudo, estarei sempre aqui para o que der e vier, pois os verdadeiros amigos são como tu, inesquecíveis. *


Andreia Pereira
11º C Nº6

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Fim de período: tempo de estudo e de muitos nervos.

Os exames estão a porta, aproximam-se tempos de ansiedade, desespero e frustração. Para uns são a abertura das portas do futuro para ouros são o fechar dessas mesmas portas Eu como uma dessas alunas temo que aquilo que vá fazer no exame não seja a realidade, não sejam os meus conhecimentos. Á muita coisa dependente destes exames. Eles vão ditar o nosso futuro. Mas será isso justo? Será justo o nosso futuro ficar dependente de alguém que foi pago para testar os nossos conhecimentos? Mas por vezes isso não acontece, e prova disso são os testes intermédios, que muitas vezes não avaliavam os conhecimentos dos alunos. Porém tenho esperança que os exames sirvam para aquilo a que estão destinados não apenas para as estatísticas. Esperemos para ver...

Ana Guerra nº4

quinta-feira, 28 de maio de 2009

ciência como um rio

“A ciência evolui, mas longe de o fazer como um rio que vai deslizando suavemente pela planície, mais parece fazê-lo como um ribeiro das montanhas, em saltos bruscos, de penhasco em penhasco, com fantasiosas curvas a contornar as fragas, com recuos e avanços, como se hesitasse ante o caminho a seguir.”

O que hoje é importante ou certo, amanhã poderá não o ser, e a ciência é um desses exemplos. A ciência, como refere o texto nunca conseguirá deslizar por uma planície, e porquê? Porque a ciência é como um jogo, por exemplo como um puzzle. Reunimos as peças, tentamos encaixá-las, mas quando só falta uma e essa não encaixa, então é porque o puzzle não está correcto, é necessário voltar a construir um novo.
Por isso, quando o texto refere a ciência como um ribeiro inconstante, é mais que perfeita a comparação. Por vezes, surgem as teorias e hipóteses de uma forma repentina sem ninguém esperar por isso. E ás vezes no meio do seu trajecto colocam-se interrogações, dúvidas e questiona-se a teoria colocada. Então a ciência recua de novo e recomeça a construção do nada. Porém muitas vezes colocam-se as hipóteses que por definição não nos dão a certeza de nada, pois o homem prefere ter uma resposta errada, do que a não ter resposta.
Mas afinal, qual a nascente deste rio da ciência? Nasce nas perguntas que colocamos, no bichinho curioso e insatisfeito que existe no Homem.
Sem interrogações nunca haveria ciência, mas sem ela também não existiria o mundo como hoje é…

Ana Eiras n.º5

sexta-feira, 15 de maio de 2009


Olhando o mundo que nos rodeia o que conseguimos ver? Ambição. A ambição que as pessoas têm de subir na vida para chegar ao ponto mais alto das suas carreiras, até mesmo atrevendo-se a passar por cima das pessoas só para conseguirem o que querem.
Normalmente, a maior ambição é o dinheiro. O que seria do mundo se não houvesse dinheiro? Diariamente, nas notícias vemos guerras por dinheiro, casais que se separam por dinheiro, irmãos que se zangam por dinheiro, famílias que se destroem pelo dinheiro, o mundo em crise por causa do dinheiro, etc. Era impossível de acabar se tivesse que enunciar todos os problemas que o dinheiro causa.
Mas mesmo assim, as pessoas continuam a ignorar este problema e continuam atrás do dinheiro como abelhas atrás do mel, como se não houvesse nada mais importante na vida como esse tal papel verde!
Esta ambição altera as pessoas, deixa-as completamente vidradas naquele e só mesmo naquele objectivo! É como se não conseguissem ver mais nada à frente até atingirem essa finalidade… E assim é feito o mundo, de pessoas ambiciosas que quase matam para chegar à meta.
Isto acontece principalmente na nossa sociedade actual, pois estamos constantemente a pensar em nós, que até nos esquecemos que os outros existem! Somos uma sociedade de consumo e demasiado materialista, que está a precisar de ser remodelada. Mas como sabemos, não é fácil de alterar os nossos hábitos, os nossos modos de vida e as nossas comodidades! Quem é que consegue tirar a televisão a uma pessoa? Quem é que consegue deixar um adolescente sem telemóvel? Quem vai conseguir manter uma criança calada sem todos os seus brinquedos electrónicos? Pois é… quando pensamos nisto acabamos por ficar sem saber o que dizer! A verdade é que já nenhum de nós passa sem estes objectos a que já nem damos importância por serem coisas tão banais, mas quase “morremos” se não estiverem por perto.
Estes objectos sofisticados e úteis não servem só para contribuir para a nossa comodidade e estilo de vida, mas também para nos assegurar socialmente, porque como é bem visível, se sai um computador novo, topo de gama, todos querem comprá-lo, nem que seja apenas para se afirmarem socialmente, perante os outros. Ou se tomarmos como exemplo o simples pensamento, «se o meu vizinho tem um bom carro, o meu tem que ser melhor que o dele!» só demonstra a pobre, enfraquecida e incapaz mente da sociedade.
Mas como nós vamos ser os seguidores deste pensamento de vida, não vamos mudar! Até podemos acreditar que conseguimos ou pelo menos sabemos que devíamos mudar, mas será isso que realmente faremos? Provavelmente pensaremos nisso, mas não nos vamos mexer, não vamos agir para mudar alguma coisa! Gostamos demasiado do conforto que todas as «modernices» nos dão!


Marta Costa nº22 11ºC

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Ás vezes ouvimos falar em países desenvolvidos e em países em desenvolvimento.
Ms agora que me vi a pensar nesta situação tento entender como é que há países que se dizem desemolvidos e neles existe tanta fome, desemprego, falta de estudos, ignorância, falhas imperdoaveis a nivel de saúde, crianças que morrem por falta de vacinação, enfim doenças que podiam ser evitadas se tivessem algumas condições (pelo menos as minímas) a que não têm acesso. Acho este mundo muito cruel, muito distante aos problemas reais e qur realmente merecem o nosso tempo, e não coisas banais.
Por vezes quando penso nos meu problemas sinto me mal é certo, mas quando vejo o noticiário parte dos meus problemas parece desaparecer, pois perto dos, problemas dos outros os meus chegam a parecer rídiculos. Existem tantos problemas realmente graves é fome, é desemprego, é secas, é cheias, é miséria, é  guerras por tudo e por nada. É s´ó problemas e nós cada vez mais só nos preocupamo com os nossos. Somos uns  verdadeiros e eternos egoístas, acho que isso nunca vai mudar, porque nós vivemos num mundo de interesses em que os nossos amigos não são os que se preocupam connosco mas sim oe que têm mais para nos oferecer. Não é a amizade que interessa a muita gente mas sim o que ela pode "render". Nesta reflexão toda pergunto-me a mim mesma se com o tempo sofremos uma evolução ou será que é uma regressão. Não tenho a certeza da resposta e não sei se algum dia terei. Eu tento acreditar que evoluímos, caso contrário seria acreditar qur todos so esforços dos nossos antepasados que foram fazendo descobertas importantes forão em vão, mas não é nisso que quero acreditar mas sim que vamos aprendendo com o tempo e não desaprendendo.

Luísa nº2/ 11ºC        

domingo, 10 de maio de 2009

sensibilizaçao

à uns dias atrás a nossa turma teve o previlégio de assistir a uma palestra sobre o alcoolismo...
achei muito interessante, e cativante, nao so o tema mas a maniera de como nos foi esposto...
o senhor que dirigiu a palestra, dirigiu-a muito bem...
pelo menos no meu caso que desde aí ainda nao provei sequer uma gota de alcool, porque depois de ouvir a historia de vida daquele senhor acho que o que todos queremos é não passar por aquilo...
vou apenas deixar os resultados de uma pesquisa que fiz acerca das bebidas que mais contêm alcool etilico...
um abraço e aguardemos pela palestra desta quarta feira...
poderão tirarnos outros vicios

:p

"Everclear
Seu teor alcóolico varia entre 75,5% e (acredite!) 95%."

"Absinto
Ela tem de 50% a 75% de álcool"

"A Vodka vem da Europa (Rússia, Polónia e Ucrânia). Normalmente tem um teor alcoólico entre 35% e 50% do volume."

carlos...




videmonte,,,,

A importância do livro

O livro desempenha uma função primordial e insubstituível na vida de qualquer jovem no seu processo educativo. Ele é o alimento psicológico indispensável ao crescimento mental do Ser Humano nas diferentes fases do seu desenvolvimento.

O livro, seja de texto, consulta, enciclopédia, contos, histórias ou romances, constitui o instrumento didáctico mais generalizado, acessível e valioso. Nos tempos actuais existem também ao dispor de todos, os mais modernos meios audiovisuais: cinema, rádio, televisão, computador etc, que sendo também bastante preciosos e sugestivos não substituem o papel impresso, designadamente o livro.

O livro é o companheiro fiel e obediente, sempre disposto a acompanhar-nos, se o desejamos. Ele é o conselheiro discreto, sempre disposto a dar-nos a sua palavra de orientação, de conforto e de estímulo. O livro é o mestre que responde a todas as perguntas, tira todas as dúvidas e ajuda a solucionar alguns problemas, desde que saibamos e queiramos socorrer-nos dele.

Um bom livro será sempre um bom companheiro e uma janela aberta para o mundo.

Boas leituras.
João Rodrigues n.º 17

sexta-feira, 8 de maio de 2009

O Ano Das Eleições

Já devem todos saber que este ano é considerado o ano das eleições. Vamos ter dia 7 de Junho as eleições para o Parlamento Europeu e no período de Outubro a Dezembro temos as Autarquicas e as Presidenciais (as Autarquicas é para eleger os presidentes de Camâra, os presidentes de Junta de Freguesia e o Primeiro Ministro com a sua equipa, as Presidenciais servem para eleger o Presidente da Republica).
Para todo este alarido, já estão espalhados pelas cidades, e a Guarada não excepção, os cartazes para a propaganda politica dos candidatos a cada cargo. Mas para a campanha eleitoral os partidos não usam só os cartazes mas sim gastam muito dinheiro em canetas, pulseiras, jantares comicio, bandeiras, camisolas,etc.
Estudos da CEE (Comunidade Económica Europeia) apontam que Portugal é um dos países da União Europeia em que a diferença entre ricos e pobres é maior, havendo cada vez mais pobres e os ricos estão cada vez mais ricos. Já pensaram quanto dinheiro vai ser gasto nestas campanhas? Não digo que não façam campanha mas em vez de gastarem tanto dinheiro (falo em milhões) porque é que não reduzem algum e o que poupam ao reduzir porque é não o dão a uma instituição? Certamente ficavam mais bem vistos.

Bruno Dionisio (Darwin)

quinta-feira, 7 de maio de 2009

AMIGO, poema de Alexandre O`Neill in Poesias Completas


Mal nos conhecemos
Inaugurámos a palavra “amigo”.

(O sujeito poético estabelece uma relação de simpatia criado a ideia de uma relação forte de cumplicidade e afectividade duradoura).

“Amigo” é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!

(Um amigo é alegria deixa transparecer no seu olhar a lealdade e honestidade, não guarda segredos e põe a casa e o coração ao nosso dispor).

“Amigo” (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
“Amigo” é o contrário de inimigo!
“Amigo” é o erro corrigido,

(O sujeito poético questiona os que voltaram costas à amizade, dando mais valor ao bem material. A amizade é de tal dimensão que sempre que ocorra qualquer erro os autocorrige).

Não o erro perseguido, explorado,
É a verdade partilhada.

(Os que nos tentam destruir perseguindo-nos, apontando os nossos erros, não são amigos de verdade. Amigos verdadeiros são aqueles com quem podemos partilhar os momentos bons e maus da nossa vida, porque são honestos para connosco).

“Amigo” é a solidão derrotada!

(Ter um amigo verdadeiro é nunca estarmos sós!).


“Amigo” é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
“Amigo” vai ser, é já uma grande festa!

(Manter uma amizade pura e sincera não é nada fácil pois exige disponibilidade, compreensão, afecto, … e é tarefa que nunca tem fim. O tempo na amizade cultivada é sempre útil. Ter amigos é vivermos felizes!).

Jorge Saraiva, nº.18 11ºC




sábado, 2 de maio de 2009

Palco...

" (...) Uma parte de mim ansiava por algo inesperado, uma sensação estranha e reconfortante que não consigo perceber, que não consigo desvendar.
Espreitei pela janela... o vento rodopiava lentamente pela rua, onde alguém ia passando, de rosto escondido, mãos nos bolsos...
Tentava não cair naquela observação encantada, numa espécie de abismo sem fim... O tempo era ilimitado como um espaço diferente dentro de mim...
A loucura das palavras inquietava-se no sossego profundo do meu ser... Uma tempestade de letras que me deixavam zonza, prestes a cair... dei conta de que estava no palco da minha vida, onde tudo o que me envolvia eram meros espectadores, actores das suas próprias vidas, onde encenavam a rotina permanente e quebrada, que se torna numa espécie de teatro secante com urgência de ser animado...
Como pano de fundo, as cores que desenhavam algo... algo... algo que era a salvação!
Uma espécie de luz que se dirige a mim e me torna o centro do meu espectáculo!
Quero ser feliz... Quem não quer?
E no meio desta representação ouvi alguém bater à porta... não era a minha luz... mas o meu pensamento iluminava-se na direcção dessa luz... (...)"

(...)

"Numa fracção de segundos, tudo estremeceu... Perante tal facto, senti-me um floco de neve insignificante no meio de uma enorme avalanche, que descia aquela rua tão simpática e cruel...
No contraste entre a luz e a escuridão, entre o sonho e a ilusão, o meu corpo cedeu a um peso tenebroso, do qual eu desconhecia a sua origem..."

Cada um vive o dia-a-dia de maneira diferente... Uns desabafam num diário... outros choram num ombro amigo... e ainda há aqueles que acumulam o desespero interior...
A verdade é que cada um à sua maneira, tenta encontrar uma página de vida onde explorar o seu EU escondido...
Por vezes, enfrentar a realidade é mais difícil do que parece... encontrar os erros numa vida aparentemente perfeita é mais complicado do que muitos pensam....
Não sei ao certo onde quero chegar... talvez queira enfrentar algo que não consigo perceber... algo que mexe comigo mas não sei até que ponto...
Algo que me faz sentir bem e mal, ao mesmo tempo... Algo que deixou uma pegada em mim e que agora não consigo apagar...
Sei que por aí vagueia uma nuvem que me quer levar na sua suavidade até ao caminho do entendimento... até lá farei como alguns... procurando viver o dia-a-dia, tentando perceber a realidade...
Porque é assim que se sobrevive.... Porque é assim que somos actores das nossas vidas... Porque é assim que contrastamos com a rotina quebrada!


JMF*10