segunda-feira, 23 de março de 2009

Dúvidas…

Mais um crepúsculo que surgia no horizonte, mas era tão único, tão peculiar, pois já observei tantas vezes aquele lugar mas nunca tinha contemplado nada tão sublime. O céu surgia no meu pensamento como uma tela em que as pinceladas de tons violetas e azuis se tinham misturado e criavam um retrato perfeito de uma beleza tão abstracta.
Talvez aquele momento, que durou segundos, (sim, pois o Astro Rei não permite que uma beleza pura dure muito tempo, porque o Homem até com os olhos destrói), tenha sido o espelho da minha vida.
Para ser mais correcta, tudo o que existe naquele lugar é o reflexo daquilo que sou, não porque tenha sido eu a criá-lo mas porque foi ele que me construi, peça a peça. Quando observo aquele recanto do mundo vejo-o como um complemento da filosofia, vejo-o como um sítio que me faz reflectir, que me pode levar por caminhos que nem sempre penso que existem ou porque nem sempre tenho a ousadia de caminhar por eles.
Porém, às vezes surgem vultos que me arrastam pelas veredas desconhecidas e não permitem que desista deste novo projecto. Mas será que mereço o esforço e o empenho? Muitas das vezes julgo que não, contudo eles nunca me dão espaço para duvidar, pois apagam as minhas incertezas com um: “És o meu orgulho.” ou com um “Acredita em ti.”.
Então compreendo que as dificuldades e obstáculos só surgem aqueles que têm capacidade de as superar.

Ana Eiras n.º5

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