quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

tudo o que me deste...

Já é noite, estou a passar sobre o Douro e a brisa marítima passa pelo meu rosto e acaricia-o como se da tua mão se tratasse. As marés batem na rocha mas é como se fossem leves beijos… E vejo a Invicta iluminada, repleta de pontinhos alaranjados que iluminam aquela noite escura como breu e iluminam a minha alma…
Em cada pontinho luminoso está um sorriso teu, aquele sorriso que me impedia de ter uma discussão contigo que só me apetecia era passar os meus lábios por ele…
Sinto que durante todo o dia estive perto de ti, que o comboio passou por todos aqueles lugares que tu pisas todos os dias, aqueles lugares banais… Para mim não!! Para mim, foi como se momentos nossos se revelassem de novo, que emergiam do mais puro do meu ser e me pedissem para os contemplar.
Não me surgiram lágrimas nos olhos, pois não podia permitir que a minha visão se desfocasse e me impedisse de fotografar (como tu dirias) aquele lugar. Senti que uma parte de mim, talvez a mais perfeita, vivia ali mas que vagueava.
Tento perceber o porquê de naquele momento me ter sentido completa, o porquê de desejar que tudo tivesse resultado, que podíamos ter o mundo só para nós, que aquela cidade Iluminada podia ser nossa. Que neste momento tu estivesses ao meu lado e me desses o teu sorriso sem precisar de que as luzes mo mostrassem…
Descubro, agora, que há uma parte de mim que te procura incessantemente sem nunca parar e que precisa de te encontrar…
Acabei de deixar o Porto, acabei de deixar a melancolia, apenas não deixei de te amar, certo? Pelo menos a parte que te pertence…


ana eiras*

3 comentários:

Anónimo disse...

Zé Carlos

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

Gostei do teu texto, Ana. Bons passeios.