terça-feira, 24 de março de 2009

Escrevendo...


Não é a forma como escrevemos que nos define...
É a forma como reagimos perante algo que nos leva a escrever!

Não sei ao certo se o caminho que sigo pelas veredas da escrita é o mais correcto, ou se a forma como surfo pelos diversos significados de cada palavra é o indicado, mas quer queira quer não, de uma coisa tenho a certeza: a escrita é o sítio onde vou sempre naufragar!

Porque vejo nas diversas facetas de cada letra, que se formam de maneira mais ou menos harmoniosa, o atalho para percorrer de forma mais rápida à compreensão daquilo que sinto ou daquilo que penso sentir!

Porque vejo nas várias portas gigantescas duma mísera letrinha a entrada ideal para a fuga perfeita do mundo cruel que, por vezes, me envolve e me tenta sufocar!

Porque vejo num simples ponto final, o início de um novo recomeço!

Sei que, nem sempre defino os limites daquilo que transmito nas linhas que, um dia mais tarde, darei a conhecer ou eu própria relerei, mas sei que são nessas breves linhas que posso ser livre sem medo de ser apontada por um dedo imperfeito sem razão de o ser.

Sempre que escrevo fecho os olhos, inspiro as partículas de ar que me envolvem, deixo soltar um grito interior e expludo nos espaços em branco, que ficam detonados com sentimentos, emoções, tristezas, alegrias, realidades ou, pura e simplesmente, fantasias!

Escrever não deve ser algo forçado... Deve fluir de dentro, saltar cá para fora... nem que seja para dizer aquilo que nunca se tem coragem de dizer olhos nos olhos...

Porque ao escrever, aquilo que se transmite através da tinta de uma simples caneta (ou de qualquer outra maneira!), deve ser mais genuíno, mais real, do que puras palavras transmitidas por um som tenebroso ou ilusório...

Escrevo hoje, porque não sei se o amanhã me dará emoções para o fazer...
Escrevo hoje, porque tenho a certeza de que algo novo irá renascer, nestas linhas que alguém poderá vir a ler!


JMF*10

1 comentário:

Anónimo disse...

Quando se escreve, é uma porta que se abre, como aqui deixas entender, como se fosse a porta da salvação. É um sentimento fantástico na escrita. Estou de acordo em que esse é um dos fascínios da escrita espontânea.
Quando se escreve para ser lido, é outra coisa e aí o fascínio é duplo. Gostar e dar-se a gostar, arriscando do lado de lá uma crítica, um conselho, uma observação: esse é o gosto de espreitar sobre o abismo que nos atrai. Mas a partir do momento em que a palavra chega ao outro, 50% é do outro. Quando é um professor como eu que lê e comenta, sabe bem que quando fizer uma observação ela terá sempre que ter (e é isso que procuro dar) uma palavra de reforço encorajador (força!) e outra de reforço construtivo (estás a caminho mas ainda não chegaste e quando chegares serás melhor ainda do que és). Continua a escrever, Jessica.