Mais um crepúsculo que surgia no horizonte, mas era tão único, tão peculiar, pois já observei tantas vezes aquele lugar mas nunca tinha contemplado nada tão sublime. O céu surgia no meu pensamento como uma tela em que as pinceladas de tons violetas e azuis se tinham misturado e criavam um retrato perfeito de uma beleza tão abstracta.
Talvez aquele momento, que durou segundos, (sim, pois o Astro Rei não permite que uma beleza pura dure muito tempo, porque o Homem até com os olhos destrói), tenha sido o espelho da minha vida.
Para ser mais correcta, tudo o que existe naquele lugar é o reflexo daquilo que sou, não porque tenha sido eu a criá-lo mas porque foi ele que me construi, peça a peça. Quando observo aquele recanto do mundo vejo-o como um complemento da filosofia, vejo-o como um sítio que me faz reflectir, que me pode levar por caminhos que nem sempre penso que existem ou porque nem sempre tenho a ousadia de caminhar por eles.
Porém, às vezes surgem vultos que me arrastam pelas veredas desconhecidas e não permitem que desista deste novo projecto. Mas será que mereço o esforço e o empenho? Muitas das vezes julgo que não, contudo eles nunca me dão espaço para duvidar, pois apagam as minhas incertezas com um: “És o meu orgulho.” ou com um “Acredita em ti.”.
Então compreendo que as dificuldades e obstáculos só surgem aqueles que têm capacidade de as superar.
Ana Eiras n.º5
segunda-feira, 23 de março de 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário