quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Cegos somos todos
Li-o em 3 ou 4 noites. Para quem conhece Saramago a escrita do Ensaio sobre a Cegueira é aquela mesma: densa, repetitiva, vozes e pensamentos a cruzarem-se, mais aquilo que poderia ser e não é, mais o que supostamente pensamos que é mas afinal não é.
A história não a vou contar. Mas imaginem que estão na escola e por uma epidemia inexplicável todos de repente ficamos cegos. E que por protecção da cidade e do país temos de ficar internados ali na escola para não pegar a doença aos outros. Já imaginaram as piores imundices e as maiores barbaridades? Já imaginaram do que seríamos capazes ao fim de várias semanas ou meses por fome, por desespero, por instinto de poder? Não imaginam, não. E quando aqueles que nos trazem de comer deixam de o fazer porque ficaram cegos também e todos os habitantes da cidade ficaram cegos?
Os olhos serão mesmo o garante da nossa civilização? Experimentem fechar os olhos ou pôr uma venda durante um dia. Não aguentávamos. Vem aí o filme. O livro já aí está. O perigo está aí. Cuidado.
Joaquim Igreja
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3 comentários:
por acaso ja tinha pensado ler o livro...tnho ouvido falar muito bem dele...mas tou mesmo à espera do filme...era uma boa ideia a turma ir ao cinema do vivaci caso o filme aparecesse por la...apenas uma ideia...
Ando de olho no livro há algum tempo; pode ser que alguém mo ofereça no Natal...
Depois de termos conhecido o mundo, seria muito doloroso deixar de o poder ver. Por isso, não me admiraria que as pessoas pacatas se "passassem" e fizessem coisas desesperadas. E já não fala das que já não são normais e pacíficas por si sós...
Parece ser um livro interessante...
Não ver o que nos rodeia deve ser doloroso... mas a verdade é que muitas vezes fingimos não ver para escaparmos da realidade...
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