sábado, 8 de março de 2008


“Dou por mim a desejar escorregar pelas páginas do livro, fundindo-me na tinta do papel. Não sei porquê; provavelmente o facto de ter lido quase 1000 páginas em menos de 48 horas deu-me a volta à cabeça.
Este acontecimento não é inédito. Não posso negar que nunca tenha sentido o desejo de entrar nos livros que leio, de encarnar numa das personagens. De facto, é a única coisa que me falta: já passei noites em branco, pensando nas reacções das personagens; acompanhei a sua dor, com tanta intensidade como se fosse minha. Esta tarde, assim que virei a última página do livro e verifiquei, com desagrado, que já não havia mais nada para ler, fui invadida por uma terrível apatia. Não consegui demonstrar qualquer entusiasmo, quando me disseram que ia passar o dia seguinte na companhia dos meus primos. Não fui capaz de tecer um único comentário trocista, destinado ao meu irmão. Resumindo, não estava em mim.
Sei que, assim que me debruçar sobre o livro de Química, este torpor vai desaparecer e a minha alegria (por vezes maliciosa) regressará. Contudo, estou certa de que este desejo que se reacendeu em mim não tornará a extinguir-se. Tenho a certeza de que nunca foi tão forte como desta vez. Quero, ardentemente, relacionar-me com as personagens, viver a sua felicidade, sentir a sua dor na pele. Enfim, quero viver as suas histórias; tornar a ficção verdadeira.
Será que tudo isto não passará de um mero reduto, uma forma de fugir aos problemas? Noutras circunstâncias, esta hipótese poderia ser considerada. No entanto, face à minha personalidade, sou forçada a descartar essa possibilidade. Não enfrento graves problemas, nem pretendo fugir deles.
Então, o que se passará comigo? Será, apenas, o resultado da minha capacidade de sonhar?”

Este pequeno texto foi escrito no dia 27 de Dezembro, após a leitura de Crepúsculo e de Lua Nova, de Stephenie Meyer. Entretanto, já li o terceiro livro da saga (Eclipse), em inglês, visto que a tradução só chega a Portugal em Maio.
Aconselho vivamente.

Maria João Pinto, nº22

3 comentários:

Anónimo disse...

Achei um excelente texto, e sinceramente, deixaste-me com uma enorme vontade e disposiçao para ler um livro de 1000 páginas!
Talvez seja engraçado!
Achei bonito a maneira como descreveste a forma como te sentiste ao ler o livro. Fiquei com uma grande vontade de o ler, e acredita que nao fui a única!
Bom trabalho! = )

Anónimo disse...

Boa Maria.
O Livro deve ser mesmo interessante. Por aquilo que contas e a maneira de o desceveres deve ser fascinante.
Parabens :D

Anónimo disse...

Ja' acabei de ler o "Crepúsculo" [primeiro livro da trilogia "Luz e Escuridão"] :D

Sim, de facto e' realmente fascinante. Adorei :')

Viciante, empolgante, carregado de adrenalina e suspense, parecem-me boas palavras para o caraterizar.

Enfim, dava por mim a voltar freneticamente as páginas, nao queria parar de ler, ansiava saber o qe se passaria no próximo capítulo x)

Ahh, e ja' comecei a ler "Lua Nova", até agora está a ser tão interessante como o primeiro!
Resta saber o que os próximos capitulos reservam :D

Tal como a Maria, aconselho vivamente, e' um livro capaz de despertar tantas sensaçoes :)

Mariaa, gostei do textinho.
[Ja me habituaste a grandres textos e nunca desiludes :DD]

Edward xD Tu percebes*
Beijinho


Catarina*