Tantos dias radiantes, cheios de sol que passei a construir a maior pirâmide alguma vez vista. Não planeei construi-la, apenas aconteceu, mesmo assim tinha sido uma ideia que me deixava feliz, realizada, tinha sido uma ideia que agora estava a ser concretizada e que fazia parte de mim. Já não vivia sem aquela construção, já não vivia sem a completar a cada dia que passava...
Os dias radiantes e cheios de sol pararam, a chuva reinou durante alguns segundos, não foi muito tempo, mas chegou para destruir grande parte do que tinha construído, com ela chegou o vento, juntando-se a toda aquela destruição e levando consigo toda a confiança adquirida ao longo dos dias de sol.
De um momento para o outro, a força gasta a carregar cada pedra, o suor perdido em todos os planos, os sorrisos feitos ao olhar a pirâmide no por-do-sol, as lágrimas de felicidade, os gritos de dor, as pausas de tanto cansaço, as birras por não ter conseguido alcançar tanto quanto desejei, o tempo dedicado aos pormenores, os sonhos provenientes de esperanças, as expectativas de cada momento, os pulos de contentamento, as falas comigo própria, os escaldões que incharam a minha pele, as feridas nos pés, os esforços, os medos, os calos nas mãos e por fim o orgulho de tudo aquilo foram destruídos por um instante.
O perfeito passou a arruinado num segundo inconstante. Senti que a minha vida havia sido levada pela corrente junto de toda a areia e de todas as pedras que carreguei.
Senti-me a esvaziar, senti-me confusa, sem objectivos, sem mim.
Os dias de sol regressaram e aproveitei outras rochas trazidas pela chuva para construir a pirâmide de novo, talvez sabendo que segundos de vento e gotas de água voltariam a aparecer mas consciente de que a minha vida era muito menos sem ela...
(Todos os dias acartamos pedras e construimos a nossa pirâmide, continuamos com expectativas ate chegar um dia de Diluvio... Quanto mais forte e resistente for a pirâmide mais difícil será de destruir, portanto o esforço, planos e entusiasmo diário nunca são desnecessários e se um dia a pirâmide cair, um esconderijo isolado será aliciante, mas a mente humana necessita sempre de uma ocupação e esta não desiste de construir a sua própria historia)
Inês Corveira
11ºC - nº13
Os dias radiantes e cheios de sol pararam, a chuva reinou durante alguns segundos, não foi muito tempo, mas chegou para destruir grande parte do que tinha construído, com ela chegou o vento, juntando-se a toda aquela destruição e levando consigo toda a confiança adquirida ao longo dos dias de sol.
De um momento para o outro, a força gasta a carregar cada pedra, o suor perdido em todos os planos, os sorrisos feitos ao olhar a pirâmide no por-do-sol, as lágrimas de felicidade, os gritos de dor, as pausas de tanto cansaço, as birras por não ter conseguido alcançar tanto quanto desejei, o tempo dedicado aos pormenores, os sonhos provenientes de esperanças, as expectativas de cada momento, os pulos de contentamento, as falas comigo própria, os escaldões que incharam a minha pele, as feridas nos pés, os esforços, os medos, os calos nas mãos e por fim o orgulho de tudo aquilo foram destruídos por um instante.
O perfeito passou a arruinado num segundo inconstante. Senti que a minha vida havia sido levada pela corrente junto de toda a areia e de todas as pedras que carreguei.
Senti-me a esvaziar, senti-me confusa, sem objectivos, sem mim.
Os dias de sol regressaram e aproveitei outras rochas trazidas pela chuva para construir a pirâmide de novo, talvez sabendo que segundos de vento e gotas de água voltariam a aparecer mas consciente de que a minha vida era muito menos sem ela...
(Todos os dias acartamos pedras e construimos a nossa pirâmide, continuamos com expectativas ate chegar um dia de Diluvio... Quanto mais forte e resistente for a pirâmide mais difícil será de destruir, portanto o esforço, planos e entusiasmo diário nunca são desnecessários e se um dia a pirâmide cair, um esconderijo isolado será aliciante, mas a mente humana necessita sempre de uma ocupação e esta não desiste de construir a sua própria historia)
Inês Corveira
11ºC - nº13
3 comentários:
Lindo, Inês :D
Sinceramente, esta Corveira tem jeito para a coisa!
E o melhor é que tens mesmo razão, nós traçamos planos e costruímos sonhos durante tanto tempo, mas, depois, vem algo que os destrói. O truque é saber recomeçar com o que restou.
Parabéns!
Very good......
Também gostei da pirâmide e da mensagem de que é possível recomeçar sempre. Afinal os americanos vivem em Nova Orleães e acontece que vêm os furacões, derrubam-lhes as casas e eles voltam para os seus sítios e recomeçam. É que naqueles escombros há mais que pedra e tábuas partidas. Uma espécie de cordão umbilical à terra. Mas se a pirâmide cair 10 vezes?
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