domingo, 26 de abril de 2009

E o tempo passa...

Hoje, dia 26 de Abril, sentei-me em frente ao computador, sem saber o que fazer. Já tinha estudado para o teste de Geologia, tinha os trabalhos de casa em dia. Mais tarde, talvez fosse adiantar o estudo para um dos intermédios, mas, naquele momento, queria fazer algo diferente. Talvez escrevesse algo, ou ouvisse música, ou fizesse o download de algum episódio da minha série favorita. O melhor seria mesmo escrever um texto para o blog de turma.
Procurei algo interessante na página do Clix: alguma notícia que me despertasse a atenção. Poderia ser um ponto de partida para o que iria escrever… mas não, não havia nada especial. Só as mesmas notícias enfadonhas do costume, misturadas com mexericos sem interesse.
Foi, então, que decidi fazer uma reflexão diferente.
Hoje, tenho 16 anos. Daqui a exactamente 20 dias, faço 17. Entretanto, muitas outras pessoas festejarão o seu 17º aniversário: a Bárbara, a minha amiga Filipa, etc.
E perguntam vocês: ok, ficámos a saber quando fazes anos, mas o que é que isso interessa? A verdade é que esse é o ponto de partida para o meu texto: o passar do tempo. Já repararam que o tempo tem passado a correr? Quer dizer, ainda há pouco tempo começou o 11º ano e, agora, faltam cerca de 6 semanas para o concluirmos! O que é que aconteceu a todos os meses que nos separam de Setembro de 2008? Como é possível ter passado tão depressa?
Claro que o facto de termos estado (excessivamente) ocupados contribuiu para essa sensação. Sim, admito que é, apenas, uma sensação; ninguém arrancou folhas ao calendário. Simplesmente, estivemos (e estamos) tão preenchidos com testes, trabalhos de casa e de investigação, aulas, actividades desportivas e saídas com os amigos que mal demos pelo avançar dos dias, das semanas, dos meses.
E eu pergunto: valeu a pena? Valeu a pena todo este esforço, todo este hiato de que temos apenas ténues vislumbres? Para alguns, sim, porque atingiram os seus objectivos. Outros, porém, podem lamentar-se pelo tempo perdido. Contudo, todos nós teremos de continuar a estudar, durante mais algumas semanas – isto é, se quisermos alcançar as nossas metas pessoais.
É horrível pensar na quantidade de matéria que temos de estudar, nos inúmeros trabalhos que ainda temos para fazer, nos intermédios que se avizinham, nos exames que não estão tão longe assim. E, se por um lado, queremos que o tempo passe depressa para entrarmos de férias, quando olharmos para trás, vamos desejar que o relógio não tivesse avançado tão rapidamente.
Eu tenho quase 17 anos e penso que esses mesmos quase 17 anos passaram demasiado depressa. Não tenho pressa de crescer, não ambiciono atingir a maioridade (e a tão aclamada liberdade) antes do que está previsto. Quero, apenas, viver aquilo que o meu pai chama “os melhores anos da vida de uma pessoa”, com calma, sem carregar na opção de aumentar a velocidade da vida. E quero poder, daqui a 20 anos, olhar para trás e não me arrepender do modo como geri o meu tempo.

Maria João Pinto, nº20 11ºC

terça-feira, 21 de abril de 2009

Não é preciso grande proximidade. Uns metros antes de chegarmos ao portão já percebemos com clareza o ambiente que se vive!
Escola Secundária com 3 ciclo Afonso de Albuquerque da Guarda – uma pequena amostra da nossa sociedade? Claro que sim.
É nas escolas que nos criamos e educamos, é lá que aprendemos e orientamos os nossos planos de futuro. É naquele edifício, verde e azul gasto, que nos preparamos para o resto das nossas vidas e é por isso que tudo o que fizermos agora vai influenciar o todo que iremos ser.
Logo de manha as pessoas juntam-se em pequenos aglomerados ao portão que dividem os grupos de alunos, cada um no seu lugar e com as pessoas habituais.
Sem variar, somos rotineiros e sempre com os mesmos amigos cumprimentamos com um sorriso forçado cinco ou seis pessoas fora do nosso “grupo”.
Normalmente quando chego já está tudo organizado, não parece tão natural como é! Às oito e vinte da manhã, a maioria está acabar o cigarro ou apenas à espera que os amigos o acabem ou então à espera de alguém que se atrasou.
Tudo muito organizadinho e por uma ordem extremamente rígida e inata todos os dias à mesma hora estamos no mesmo lugar, com as mesmas pessoas a fazer exactamente a mesma coisa, mostrando a mesma atitude aborrecida que se encontra num empresa, com os mesmos funcionários à centenas de anos, sem mudanças, sem novas aspirações, embora aqui as pessoas mudem anualmente, os estereótipos mantêm-se.
Depois de entrarmos no portão, as turmas organizam-se por corredores e esperam para começar mais uma aula, mais um dia.
Às dez horas, quem fuma vai ao portão e o resto (a minoria dos não fumadores) divide-se pelo liceu.
O “bar pequeno” está cheio e a essência dos bolos, dos cremes e chocolates confunde-se completamente com a qualidade e quantidade de perfumes dos alunos, professores e funcionários; com o passar do tempo há cada vez mais barulho, mais risos, mais vozes e cada vez mais palavras soltas, tantas vezes apanhadas do nada. A fila é grande, e ao contrário do que se passa de manha no portão, é completamente desorganizada. Há quem lute arduamente por uma senha, como se não houvesse papel para todos… Mas a pressa de fazer tudo aquilo que não há para fazer é tão grande que não se respeita, nem pouco mais ou menos, a ordem de chegada.
Após o pequeno-almoço tardio, um curto passeio!
No sector C está o bar grande, a papelaria e os alunos mais novos, do básico, que a cada geração que passa se tornam mais áridos, obscenos e extravagantes. Subindo as escadas, chegamos ao salão! O tão aclamado salão, que vai diminuindo de pessoas, mas aumentando com personagens que são tão características como degeneradas.
Parando durante um tempo poderemos observar de tudo um pouco. As divisões do espaço e pessoas continuam presentes e as figura dos alunos tornam-se de alguma forma a “montra de uma loja”. Uns sentados nos aquecedores falam com os amigos e tentam conhecer mais gente, provavelmente por motivos sociais, alguns ficam pelo meio do salão ou passeiam por lá simplesmente para se mostrarem, para se exibirem e exporem o que vestem e têm. Assim, o salão declama uma passagem de modelos materialistas e preocupados com a opinião dos outros acerca da sua imagem e forma de vida. Tantos que se encontram abstraídos do espaço e tempo onde estão que não parece possível... E o salão, parece assim, um modelo em pequena escala do que se passa no nosso mundo.
Limitamo-nos às aparências e no que pensam de nós. Tentamos chegar longe a partir das pessoas que conhecemos e não pelo nosso esforço e capacidade mental. Formámos uma hierarquia baseada no parecer e em vez de compormos o que está mal, afundamo-lo e escondemos para nem sequer termos de o enfrentar. Admiramo-nos porque a sociedade esta corrupta e apodrecida, mas se tudo começa na escola e a nossa está assim, não seria melhor duvidarmos da possibilidade de termos uma sociedade boa?
E por isto tudo, seria melhor podermos afirmar que tínhamos uma nova geração, alterada e diferente da antiga em alguns aspectos. Contrario é bom, quando a nossa sociedade está estragada. Questionarmos, pormos em causa o que nos está a acontecer. Procurar soluções agora que estamos na idade das questões e da obstinação. Mexermo-nos e tornarmos possível a mudança para uma vida melhor.

(Por alguma critica excessiva peço desculpa, mas como individuo tenho preconceitos e quando escrevo, os meus preconceitos acompanham-me e as minhas opiniões e crenças também. Talvez seja uma sátira exagerada mas é a minha perspectiva, talvez um pouco critica de mais, mas como aluna e pessoa tenho a minha opinião formada e foi exposta da melhor forma que consegui.
Sei que estou a criticar tudo aquilo onde estou, onde passo os meus dias, que na realidade gosto e onde pertenço, mas verdade é que todos sabemos que o nosso mundo tem muitos problemas e esses problemas têm de ser resolvidos.
Nós, como “nova geração”, como sendo o futuro do nosso país devemos lutar para o melhorarmos e não nos resolvermos a ser iguais, equivalentes a sociedade que vivemos, pois para alterar os males do mundo é necessário um espírito activo, um espírito rebelde de forma positiva, de modo a que se questione o que vivemos, de forma a que tudo o que esta errado se recomponha com a ajuda de todos nós.)

Bárbara Inês Gonçalves de Almeida Xavier
Nº7

Alcoolismo


Hoje a nossa turma teve uma acção de formação sobre o alcoolismo, não só tivemos nós, como mais turmas do 11º ano terão, pois esta foi uma boa forma de alertar os jovens sobre o grande problema do álcool. Como seria de esperar, a maior parte dos jovens leva estas acções de formação como uma brincadeira, como uma maneira de se escaparem às aulas! Mas estas formações são importantes e esta foi diferente, pois normalmente vem alguma enfermeira do hospital falar sobre o álcool e o mal que este faz ou dizer-nos que não podemos beber por sermos demasiados jovens. Mas toda esta conversa já nós sabemos! O problema é que os jovens continuam a beber cada vez mais sem se importarem! Mas esta, sendo diferente, “abriu-nos os olhos” de uma outra maneira, pois foi um senhor que criou um centro de reabilitação para pessoas alcoólicas na Guarda. Mas este senhor não criou apenas por gosto, criou porque sentiu necessidade de o criar, pois ele, em tempos passou pelo mesmo. A sua história de vida fez-me pensar no assunto (penso que não tenha sido só a mim) e admitir que estamos a evoluir no sentido negativo! Pois os jovens são o futuro do nosso país e não queremos com certeza ter o país cheio de alcoólicos. Era deprimente ver assim uma sociedade! Por isso precisamos de pensar no futuro e não fazer aquilo que nos apetece! Para além de nos fazer mesmo mal, como vimos hoje, vai mostrar um mau carácter da sociedade e levar ao degredo do país.
O senhor, para além de nos contar a sua história, falou também de toda aquela conversa que nós já sabemos, desvendou alguns mitos que a maior parte desconhece, satisfez a curiosidade de alguns! E depois de ouvir a história dele, acho que até ficámos mais sensibilizados e preocupados para este problema pelo menos eu falo por mim!
Mas todos sabemos, que não é uma acção de formação que vai fazer com que os jovens deixem de beber! Sabemos também que este não é um vício para eles! Bebem, porque os outros também o fazem! Mas as consequências graves podem vir depois: tornam-se mesmo verdadeiros alcoólicos e perigosos e/ou têm sérios problemas de saúde. Agora pensam que nada disso os afectam, que não bebem assim tanto para se tornarem dependentes e que conseguem controlar a situação, mas se virmos bem isso é o que todos os alcoólicos dizem!

Marta Costa nº22 11ºC

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Força!

Caminhei pela areia fria e refresquei a pele com a frescura da agua salgada... Precisava de me sentir longe. Precisava de olhar o "infinito" azul, com o qual me encontro poucas vezes. Precisava de ver que nada poderá ser tão forte como imaginava. Precisava de diminuir os meus pensamentos egocentricos no desmedido universo de tantas outras dificuldades que me rodeiam, mas ás quais nao presto a minima atenção. Precisava de me sentir menor para diminuir tambem o meu sofrimento.
Hoje volto com a pele mais seca, com a face mais bronzeada, com o pensamento mais disperso. Volto com uma nova coragem, com uma nova vontade. Vontade essa de nao cair novamente num desiquilibrio perigoso e tentador...
As sensações instaladas em mim durante miseros dia permitem-me agora perceber ainda melhor quel é o meu verdadeiro objectivo e facilitam a sua distinção de todos os obstaculos por que passo diariamente e me custam a enfrentar. Volto como saí, com um sorriso terno nos labios, com a mesma expressão.

(Voltei como todos deviamos voltar: com vontade de lutar por aquilo que mais quero, com vontade de dar o meu máximo, de chegar aos meus limites, de superar todas as barreiras com um sorriso rasgado e com um olhar brilhante, lutador. Hoje penso que nada pode ser mais forte que nós, quando temos vontade de sermos mais fortes. Penso que o estado do nosso país e do mundo só nos deve incentivar a conseguir passar por cima de todo esse mar de desentendimentos e frustação...
Bom regresso ás aulas. E ganhem forças porque este periodo vais ser para estarmos a 101%)

Inês Corveira
nº13 - 11ºC