sábado, 7 de fevereiro de 2009

Salários

“Vinte e cinco mil euros por dia, 1042 euros por hora, 17,36 euros por minuto, ou 29 cêntimos por segundo. É este o valor que o Inter de Milão, clube treinado pelo português José Mourinho, paga àquele que é jogador mais bem pago do futebol europeu e um dos mais talentosos do mundo.”


É este o início de uma notícia que, por puro acaso, comecei a ler no site do Público. Obviamente, não passei dali; além de não ser um assunto particularmente interessante, chocou-me pela negativa.

O futebol de alta competição deveria ter um tecto salarial. Quer dizer, como é que se pode compreender o porquê de uma pessoa que ganha a vida a dar toques numa bola ganhar tanto dinheiro em tão pouco tempo? Como é que se entende que alguém (cujo trabalho não é dos mais duros, convenhamos) pode ter uma recompensa tão desproporcional ao seu esforço?

Alguns podem argumentar que o futebol profissional é muito exigente, tanto a nível físico como psicológico. E eu pergunto: e as outras profissões, não o são? Os médicos não têm de fazer urgências nocturnas? Os professores não têm de trabalhar fora do seu horário normal? As empregadas domésticas não se esforçarão tanto como eles?

Mesmo que se admita que a vida dos profissionais da bola possa ser dura (?), ninguém pode negar que a compensação é demasiado grande. Vejamos um exemplo prático: uma empregada doméstica ganha uma média de 5 euros por hora, enquanto que Ibrahimovic soma o total exorbitante de 1042 euros, no mesmo período de tempo! Será que vale a pena discutir quem tem o emprego mais árduo?

Enquanto que, no mundo, se recompensar exageradamente determinados grupos em detrimento de outros, haverá sempre (muito) ricos e pobres. Não digo, contudo, que se faça um enorme corte salarial aos futebolistas; defendo, apenas, que se estabeleça um máximo, de modo a que as diferenças já existentes não se acentuem ainda mais.


Maria João Pinto nº 20


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