terça-feira, 30 de novembro de 2010

Ainda há bem pouco tempo...


Ainda há bem pouco tempo, as folhas coloriam as árvores de um jardim longínquo... As crianças riam e corriam junto a uma fonte distante, e o mundo era bonito e sereno...

Ainda há bem pouco tempo, a inconsciência deitava abaixo o consciente inconsciente que me consumia e... acreditava que tudo era como eu desenhava e coloria numa tela em branco, que apelava a minha mente a preenchê-la...

Ainda há bem pouco tempo, eu tinha o meu mundo criado e era nesse mundo que eu habitava com as minhas alegrias dispersas e as minhas cores de verão...

Agora é um tempo diferente, em constante mutação... As árvores já não têm folhas... As crianças já não riem nem correm.... O mundo... Bem, esse é movido por um turbilhão de novas emoções, de novas sensações... é pintado com novas cores... e feito de novas descobertas que dilaceram a alma e trespassam o meu peito como mil punhais afiados e outros mil por afiar...

No entanto, novas pétalas surgem, novas metas se erguem, novos desafios aparecem ao virar da esquina...

E apesar do relógio pendurado numa nova dimensão bater exactamente as mesmas badaladas de há bem pouco tempo, as novas sombras que se cruzam comigo todos os dias movem-se como se já não houvesse tempo... Como se não existissem badaladas... Como se tudo se tivesse reduzido a nada...

Tanta velocidade e tão vaga, tantos olhares vazios e sorrisos que se deixam cair num rosto triste e desprotegido, marcado pelas pegadas de uma história que parece não ter autor para a completar...

E ... tudo o que resta nada é senão... o vazio...

Pergunto-me: será que vejo somente o meu reflexo em todos esses rostos???

Não sei... nada digo...

E de repente dá-me uma vontade súbita de gritar, de me rir e de chorar e de perguntar a toda a gente: Estarei eu a enlouquecer ou, pura e simplesmente, a alucinar?

E olho à minha frente e vejo uma luz que brilha para mim... Apesar da imensa escuridão...

E surge a resposta: Não, não estás a enlouquecer... Estás só...

E ouço um barulho ensurdecedor, um ruído assustador, e de novo fico mergulhada num ponto de interrogação gigante que não me deixa saber respostas, que não me deixa respirar, que me começa a sufocar!!!!!!!!

AHHHH!!!! Loucura!!!! Tão doce e saborosa como a mais vertigem vertiginosa, como a maluqueira mais espantosa, a arte mais maravilhosa.... Nada mais tenho a dizer...

Somente não quero pensar, só quero esquecer, e voar e correr....

Não quero pensar na ausência que mancha a minha tela pintada em criança, a tela da minha infância, e que me arranca da realidade para ir ao encontro da saudade...

Não quero pensar no quanto eu perdi, em tão pouco e grande tempo, no quanto eu já sorri e agora se metamorfoseou em enorme sofrimento...

E bato ao segundo e ao vento, ao minuto e ao momento que me arrancou aquela tão meiga voz que me acariciava a cabecita de criança... E com ela foi toda a esperança...


Bem vindos ao meu novo mundo!



Angel of Darkness*

domingo, 23 de maio de 2010

Bulling nas Escolas


A violência nas escolas tem normalmente origem no meio social envolvente. Na maioria das vezes os agressores, de forma directa ou indirecta, também foram vítimas de um processo de socialização deficitário. Ninguém os ensinou a pôr-se no lugar do outro e a respeitá-lo. Muitos cresceram num ambiente hostil, sem referências de valores morais ou éticas. Esta situação abrange todas as classes sociais e é fruto de uma sociedade de competição agressiva.

A escola tem vindo a perder o seu papel de entidade estruturadora do pensamento e da ética de vida, tornando-se num mundo de conflitos e desencontros sociais. As possibilidades do quotidiano escolar multiplicaram-se através das novas tecnologias da comunicação: o telemóvel, as redes sociais, os Ipods, entre outros.

Face a esta problemática exigem-se respostas integradas e pedagógicas. Um esquema de penalização do agressor não é cem por cento eficaz. É preciso promover acção de sensibilização e de esclarecimento junto dos alunos, no âmbito do fenómeno "bullying". Na realidade, começa nos estabelecimentos de ensino pré-primário, porque a criança não veste roupa ou não usa acessórios de marca, por exemplo. Começa por ser agressão psicológica. À medida que se ascende no nível de ensino tudo o que pareça diferente da norma é motivo para fazer despontar a agressão.

Esta temática também é uma questão cultural que se tem sublinhado ao longo dos anos, com a tolerância deste tipo de comportamentos, por parte das Instiuições de Ensino. Neste momento, o Procurador-Geral da República refere ser necessária legislação própria para o fenómeno do "bullying", tornando-o passível de ser considerado crime.

É preciso, urgentemente, mais vigilância nas escolas e sensibilizar os pais para a necessidade de se envolverem mais activamente na vida escolar dos filhos.


Jorge Saraiva Nº20 12ºC

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Comentário à obra "As Intermitências da Morte"

A acção deste romance centra-se na intermitência da Morte, que cansada de ser odiada, detestada por toda a gente, dá o mote ao início da história: «No dia seguinte ninguém morreu.»
Este acontecimento provocou enorme alegria mas rapidamente se instalou o caos a nível económico, político e social. A situação torna-se deveras gravosa e preocupante para os hospitais, lares de idosos, agências funerárias que deparam com crise financeira que origina desemprego. O Governo não consegue solucionar o problema e até a própria Igreja perde o poder ao ver os seus dogmas alterados.
Como não podia deixar de ser, há sempre oportunistas e surge então a Máphia que se aproveita da gravidade da situação, pondo fim ao sofrimento dos moribundos transpondo as fronteiras para o país vizinho onde a Morte ainda reina. É um paradoxo este entre não morrer e ter que morrer.
Finalmente, a Morte revela sentimentos devido às consequências desastrosas ocorridas durante a sua inactividade. Resolve então recomeçá-la agora com o aviso prévio ao visado, com um prazo de sete dias, através do envio de uma carta cor violeta.
Porém, uma dessas cartas, enviada a um violoncelista, é devolvida. A partir dessa peripécia a Morte como que se humanize, e a acção centra-se agora nela própria e na personagem violoncelista. A Morte, feminina e sensível, tem a necessidade de ser amada e o desenlace é enigmático.
«No dia seguinte ninguém morreu.» Fecha-se um círculo entre a primeira e última frase do romance.
Este romance de José Saramago leva-nos a divagar sobre a vida, a Morte, o amor ou a sua falta na existência humana. Ninguém é imortal, a vida é efémera e frágil como uma borboleta.


Jorge Saraiva nº20 12ºC

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

A droga

Podemos considerar uma droga, como toda e qualquer substância, natural ou sintética que quando é introduzida no organismo, altera as suas funções. Há vários tipos de droga, as estimulantes, as depressivas e as perturbadoras. As drogas estimulantes produzem aumento da actividade pulmonar, diminuem a fadiga, aumentam a percepção, ficando os demais sentidos activos. As drogas depressivas diminuem a actividade cerebral e podem dificultar o processamento das mensagens que são enviadas ao cérebro. As drogas perturbadoras têm por característica principal a despersonalização em maior ou menor grau. Os consumidores destas substâncias podem ser classificados consoante a periodicidade de consumo em experimentador, usuário, habitual e dependente.
Os motivos que podem levar ao consumo de drogas são diversos: entre eles estão os problemas pessoais e sociais, a influência de amigos, a sensação de prazer que produzem, a facilidade de acesso e obtenção, a impressão ou desejo de que as drogas podem resolver todos os problemas ou aliviar as ansiedades...
Devido às consequências que advêm do consumo de drogas, aconselho todos os meus colegas e amigos que consomem ou que estão com intenções de consumir a reflectirem melhor sobre o que estão a fazer à vida, pois quando se aperceberem do erro, pode já ser tarde demais.

Cumprimentos, David Neves nº13 12ºC

O Alcoolismo e a Toxicodependência nos Jovens


O tempo passa, os costumes alteram-se, as tradições esquecidas ou reinventadas e actividades e vícios antes habituais nos adultos começam a ser cada vez mais comuns e normais em jovens com o simples intuito de passar “um bom bocado”. Desta forma, o alcoolismo nos jovens é cada vez mais frequente, principalmente quando se reúnem em grupos de amigos.
Todavia, não só o álcool afecta uma grande percentagem dos jovens, mas também o tabaco e o consumo de drogas tem vindo a crescer muito acentuadamente no nosso país, entre outros vícios. É nesta situação de convívio social que muitos hábitos se criam. O ambiente de descontracção e divertimento é um dos factores. No entanto, este sim, significativo e assustador, por vezes, bebem, fumam e consomem drogas apenas para se afirmar uns perante os outros. Acreditam que por o fazer são considerados melhores ou ficam mais bem vistos perante os restantes colegas.
Neste contexto é comum ouvir-se dizer: “ Estou apenas a experimentar”, “é apenas ocasionalmente”, contudo este “ocasionalmente” torna-se cada vez mais regular e até comum chegando ao ponto de se tornar indispensável à vida quotidiana. Isto tudo num curto período de tempo. Sem que se aperceba o que era apenas uma nova experiência é já um vício difícil de superar.
Não menos preocupante são os casos de outros jovens que se envolvem nestes tipos de vícios devido a problemas familiares, escolares ou interpessoais, então caem na ruína da droga e do álcool. Estas pessoas por tudo e por nada bebem ou drogam se pensando sempre que é a última vez que o fazem, neste ciclo criam então um vício que por vezes nem com ajuda médica consegue superar. Com isto começam por ser excluídos da sociedade e caírem num abandono social. Simplesmente bebem para esquecer o mundo e terminam esquecidos pelo mundo.
Por todas estas razões e outras que ficaram por referir, devemos alertar os adolescentes para as consequências do álcool e da droga, sejam elas sociais ou de saúde. É importante salientar que para nos rirmos e divertirmos um pouco não precisamos de beber. Que para desempenharmos um papel importante no nosso grupo não precisamos de tomar estupefacientes que nos vão criar uma dependência mais tarde ou mais cedo, precisamos apenas de sermos nós.

Cristina Pinto *