sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Não sei...
Cada novo dia é uma nova batalha...
Levanto-me, visto-me, tomo o pequeno-almoço...
Vou para a escola, excepto ao fim-de-semana,
Tempo durante o qual a casa é a minha escola...
Aprendo novas coisas, encaro as mesmas pessoas,
E quando reparo em alguém diferente isso não me afecta
Nem um pouquinho...
Sinto-me cansada...
Cansada de descobrir tanta coisa num tão pouco espaço de tempo...
Cansada de descobrir tantas novidades num mundo tão pequeno e restrito como o meu...
Cansada de pensar que sou eu que estou errada, quando no fundo
Sei que não é bem assim...
Estarei a crescer com as minhas novas experiências de vida?
Não sei...
Ok... Crescer deixa-me assustadíssima
Íssima, íssima, íssima...
Porque não sou como aqueles que engolem a falsidade
E sorriem perante ela?
Ou como aqueles que dizem que está sempre tudo bem
Quando se sentem por um pavio de uma vela?
Ou como aqueles que dizem ser amigos de toda a gente
E os atraiçoam pelas costas, como se nada fosse?
Sou diferente... Se é bom ou mau?
Não sei...
Estarei a tornar-me igual a um "Fernando Pessoa"
Que começa a tomar noção do que é
Realmente a vida e as pessoas que dela fazem parte?
Não sei...
Tudo o que me resta é desabafar com palavras nas palavras...
Tudo o que me resta é enfrentar todos os dias as mesmas pessoas, a mesma rotina...
Ainda bem que ainda tenho pessoas que cuidam de mim...
Não sei...
Só não quero pensar que a vida é um tédio
E viver a vida fazendo dela uma vida nostálgica
De uma infância vivida que não posso voltar a viver...
Não quero olhar para o espelho
E ver um reflexo de alguém que não conseguiu concretizar os seus sonhos
E vencer os pesadelos...
A vida é...
Não sei...
Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!
Vida traiçoeira!
Cada novo dia é uma nova batalha...
E a vida deve ser encarada como uma guerra que deve ser vencida!
Não a guerra cruel da televisão...
Mas uma guerra onde se luta pelos sonhos e pela conquista de um novo mundo...
Um mundo onde tudo é perfeito apesar da imperfeição...
Será possível um mundo assim?
Não sei...
JMF*10
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Álcool Ode
Portugal atrofiado, século vinte e um
Epa-lá-á-á-á,... deixem estar...
Outrora país descobridor, todas as épocas dos nossos livros
Louvemos, louvemos esses tempos
Ó sempre moderno retardado, lamento-te, minha época, meu Universo
Ó álcool, ó drogas, ó grande ópio
A todos os perfumes negros,
A todos os excessos, z-z-z-z-z-z-z-z!
Viva à vida clara, saudemos o nosso coração
Pertenço à geração dos shots, das sensações em liberdade
Repugno tudo, o Baco, o ópio, r-r-r-r-r-r-r-r-r-r-r-r-r-r...
Deixem-me em paz, largem-me!
Hé-lá! Blim, blim,blim
Hup-lá, hup-lá
Encontrem as diferenças...
Que importa, que importa?
A minha alma está doente.
Febre!
Urra os jovens no mundo das cores
Urra os jovens de todas as maneiras
Urra os jovens do País das Maravilhas
Basta, basta, basta, BASTA!
Raios vos partam! Que vão para o diabo!
Morra a geração rasca!Pim!
Morra o Portugal atrasado, morra! Pim!
Continue o Zé-Povinho a acreditar na ilusão da Suacelência
Suacelência para a esquerda... Suacelência para a direita...
E o desgraçado Zé não passa do mesmo sítio! Gr-r-r-r-r-r!
Hup-lá,hup-lá,hup-lá-hô,hup-lá!
Ah, que mal fiz a Deus para merecer isto?!
Epa-lá-á-á-á,... deixem estar...
Outrora país descobridor, todas as épocas dos nossos livros
Louvemos, louvemos esses tempos
Ó sempre moderno retardado, lamento-te, minha época, meu Universo
Ó álcool, ó drogas, ó grande ópio
A todos os perfumes negros,
A todos os excessos, z-z-z-z-z-z-z-z!
Viva à vida clara, saudemos o nosso coração
Pertenço à geração dos shots, das sensações em liberdade
Repugno tudo, o Baco, o ópio, r-r-r-r-r-r-r-r-r-r-r-r-r-r...
Deixem-me em paz, largem-me!
Hé-lá! Blim, blim,blim
Hup-lá, hup-lá
Encontrem as diferenças...
Que importa, que importa?
A minha alma está doente.
Febre!
Urra os jovens no mundo das cores
Urra os jovens de todas as maneiras
Urra os jovens do País das Maravilhas
Basta, basta, basta, BASTA!
Raios vos partam! Que vão para o diabo!
Morra a geração rasca!Pim!
Morra o Portugal atrasado, morra! Pim!
Continue o Zé-Povinho a acreditar na ilusão da Suacelência
Suacelência para a esquerda... Suacelência para a direita...
E o desgraçado Zé não passa do mesmo sítio! Gr-r-r-r-r-r!
Hup-lá,hup-lá,hup-lá-hô,hup-lá!
Ah, que mal fiz a Deus para merecer isto?!
Jorge Saraiva
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Content'Ode (Ode aos Contentores)
Entro naquele cubo sem sentido,
Naquele cubo arrefecido sem calor, onde o cheiro por vezes é tão intenso
Que tal intensidade intensifica o meu mal estar
Sem desejo de ficar e ir dar uma volta para apanhar ar...
Brrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr......rrrrrrrrrrrrrrrrrrr Ó frio maldito
Que não foges e nos deixas até ao fim.... Ó janelas,
Ó grades, Ó cadeiras...
Ó mesas, Ó quadros, Ó luzes...
Ó ar condicionado que me deixas constipar
Que me fazes espirrar, dando-me sono para me deitar...
Ó terrifico és tu que tornas o ar irrespirável
De tão respirável se possa tornar!
Buuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuummmmmmmmmmmmm!
Mais um estremecer, uma máquina a desfazer a calma que poderia me restar
Uma loucura enlouquecida, tão morta e tão vivida
Sinto-me prestes a rebentar!
BummmmmmmmmmmmmBummmmmmmmmmmmBummmmmmmmmmmm!
Acabai com a barulheira duma só vez
É o meu último ano... Sê cortês, já que o Baile nem se sabe onde se irá realizar!
BummmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmBummmmmmmmmmBummmmmmmmmm!
Tocai tambores e cornetas, guitarras e flautetas, abram alas para podermos passar!
Ó salão que nos acolhes e nos apertas até ao bar!
Ó matraquilhos que matraquilhais e o vosso som explode os meus tímpanos em partículas de azar!
Ó pessoas e pessoazinhas que nunca andais tanto tempo sozinhas com medo que a grua vos possa atacar!
Ó terríveis! Ó impiedosos! Ó trabalhadores sem trabalho para realizar
Que levastes a escola e deixaste-nos a esfriar!
Ó contentores, ó caixotes, ó monoplural! Nem tendes um nome fixo
Para nos fixar!
Ó tractores, ó gruas, ó berbequins!
Ó chuva, ó frio, ó frenesim!
Ó loucura, ó início sem fim!
Ahhhhhhhhhh! Ahhhhhhhhhh! Ahhhhhhhhhhh!
Gritai a som alto, libertai o ruído que se acumula em vós
Saltai barreiras, fechai portões, soltai a voz!!!
ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZzzzzzzzzzzzzzzz!
Adormecei para que possamos ter paz, fazer um teste sem tremores nem batuques!
Adormecei para que possamos fazer da paz, a guerra que nos faça escutar!
Ó temíveis temidos! Terrores sentidos que já não consigo suportar!
Brrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr... Tlim tlim tlim tlim
Cai a chuva para naufragar... Oh que pena!
Oh que horror! Ohhhhhhhhhhhhhhhhhh! O ar condicionado não dá mais
Vamos lavar os pés em vez de aprender e escorregar ao tentar sair!
Oh que pesaroso! Oh que tortuoso! Vamos escrever gelo em vez de metais!
Loucura sem sentido diluída ao pé do bar, do ar, do mar!
Ehhhhhhhhhhhhhhhhhh! Acordai vivalmas, queremos pô-los a andar!
Pinga a água na cabeça e lá se vai o conhecimento pelo ar...
( Belos foram os momentos passados
Em que tinha um aquecedor para me encostar...
Chegava e aconchegava para do frio escapar...
Não havia ruído tão profundo nem silêncio tão perturbador
Nem grades na janela que me fizessem sentir como hoje estou...
Presos num cubículo, onde o cubo esvaziou, inundou, pegadas criou...)
Oléééééé! Oleeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee!
Sob o sol fazemos a tourada para os outros que tentam estudar...
Lá dentro estivemos nós e cá fora estaremos
Tememos quando chover e quando nevar!
Flocos se erguerão, se pisarão no chão, dentro e fora sem cessar!
Ó pestes pestilentas, Ó gripes e gripalhadas
Não sejais abençoadas! Não Não Nãoooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo!
Eláááááááááááááááááááááá! Vai um de skate lá fora a passar
E outro a escapar sem escapadela possível dela
Sensivelmente sem sensível! Oh loucura temível!
Hoooooooooo Hoooooooooooo Hooooooooooooo
Aproveitar um contentor para a visita do Pai Natal:
tem o frio e o gelo, menos as cores festivas e alegres!
Passará ele nas portas? Ou será pela janela?
Lamento muito, essa é estreita como uma vela!!!
Lá se vai o natal... ohhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhohhhhhhhhhhhhhhhohhhhhhhhhhhhhh!
Ai! Quem me dera que a escola não fosse resumida a um simples contentor!
JMF*10
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