sexta-feira, 30 de maio de 2008

Momentos...

Há momentos em que fico a pensar...
Os segundos passam,
Os minutos voam,
As horas correm com medo de se atrasar...
Mas esses momentos durem o tempo que durar
São momentos que me podem aconchegar...

Sei que há erros que cometemos
E que nos fazem recuar..
Observar com atenção,
Para pudermos avançar!

Sei que há ondas ao longo da nossa vida
Que se fazem sentir no nosso mar...
Podem adormecer por instantes
Mas não é um sono que chegue para ficar!

Há pessoas que nos tocam sem nos tocar!

Não é preciso muito para as alcançar...
É preciso muito para as decifrar!

A alma vai escurecendo
Quando essas pessoas chegam e logo a seguir têm que abalar!
Nem sequer uma lembrança
Ou um abraço
Poderá ficar para mais tarde recordar...

A vida não pára,
Mas a alma pode recusar continuar!
Não são as lágrimas que a conseguem convencer...
Só um leve luar
Ou a luz do amanhecer!

A despedida chega sem se despedir...
E essas pessoas ficam e nós temos que fugir!

Não por que queremos
Mas porque temos que ir...
Não porque podemos
Mas porque devemos sair!

E nesses momentos em que me ponho a pensar
Tudo fica e tudo fica por ficar...

As pontes que unem os nossos mundos desabam...
E essas pessoas avançam noutra direcção
Para uma felicidade encontrar...
E eu fico feliz por elas
Mas também sinto uma lágrima a escapar!

Pois essas pessoas são as ondas que dão vida ao meu mar!

JMF*10

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Logicamente... sem sentido!

Todo o mundo vai girando
Num período de rotação
Demasiado avançado
Para o período de translação!

Roda tão depressa
Que nem sei por onde me agarrar...

O pretérito imperfeito
Aparenta ser mais do que perfeito,
E vai-se espalhando através do gerúndio
Até ao presente e futuro perfeito...

É difícil perceber
O significado indecifrável
Que é mais do que fácil compreender...

Quando tudo começa
Tudo pode acabar;
Sonhos, criações
Em Terra vão desabar!

Vagueando perdidos
À procura de soluções...
Mas quando damos por nós
Estamos numa rua de questões!

Contagem decrescente
Que cresce sem baixar
E como uma nascente
As lágrimas começam a desaguar...

Desaguam num rosto desprotegido
Onde um sorriso quer desaparecer
Procurando o sentido
Do porquê de viver...

Momento este
Em que tudo se escreve ficando por escrever
Momento de tantos outros
Que virão para este esquecer.

Não é fácil avançar,
Mais difícil saber lutar...

Mas agora pergunto:
De que adianta chorar?

A vida não é complicada,
É dificilmente facilitada!
Mas o que seria de nós
Sem um motivo para festejar
A barreira derrubada?

O sentido da vida
Não se deve procurar...
Podemos simplesmente
Deixarmo-nos levar
E descobrir...

Devemos sorrir...

Gritar se nos apetecer...
Gritos mudos
E ensurdecedores...

Fazer da vida o mistério...
Tentar e conseguir...
Avançar e destruir
As barreiras invisíveis
Que nos querem fazer cair!

Pois o período de rotação
Do nosso mundo
É criado por nós...
Não para nos levar ao fundo...
Só para fazer sobressair
A nossa voz,
Num universo de ilusão...

E fazer despertar
O grito da razão
Sem excesso... mas com moderação!

JMF*10

terça-feira, 20 de maio de 2008

Hora de Agir

Segunda-feira, o Oeste da China foi violentamente abalado por um sismo de magnitude 7,8 na escala de Ricther. Graças aos nossos estudos de Geologia, sabemos que a quantidade de energia libertada durante o sismo foi bastante elevada. É uma forma de mostrar o dinamismo do nosso planeta, de nos lembrar que a Terra está viva.

Nós somos alunos, no entanto, não precisamos de estudar para compreender a dimensão das consequências: só em Sichuan, a província mais afectada, estão confirmados 12 mil mortos, já para não falar dos avultados danos materiais. São números elevados, que nos chocam e entristecem. Sim, entristecem. São Chineses, mas poderiam ser Portugueses, Espanhóis, Ingleses ou Americanos. Não interessa a nacionalidade: a Natureza não escolhe quem castiga; limita-se a demonstrar uma parte do seu poder, relembrando-nos que a nossa vida está totalmente dependente da Terra.

Então, porquê continuar a destruir a nossa casa? Depois disso, não teremos para onde ir, pelo menos, por enquanto. Estamos "orgulhosamente sós" no Universo e, pelos vistos, continuamos a ignorar esse facto. Pensamos que somos os donos do mundo e que, tal como a destruímos, podemos reconstruir a Terra. Contudo, a Natureza não funciona segundo a vontade humana.
Os efeitos da emissão de dióxido de carbono para a atmosfera no presente só se darão a conhecer daqui a cinquenta anos. Ou seja, serão os nossos filhos e netos que terão de lidar com o problema. Então, porquê tanto alarido à volta da protecção ambiental?

Eu posso tentar responder. Sempre ouvi dizer que os pais querem o melhor para os filhos. É, pois, lógico afirmar que lutarão para que os filhos cresçam num mundo melhor, mais solidário e menos poluído. No entanto, essa luta não se pode travar daqui a cinquenta anos. É hoje que temos de agir, para que o amanhã possa ser melhor. É por isso que temos de tomar medidas imediatamente, seja investigando novas fontes de energia não poluentes, seja prestando auxílio às vítimas do sismo na China.

Maria João Pinto nº22

terça-feira, 13 de maio de 2008

Afinal, o que é o Amor?

Dizia Camões:

"Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói e não se sente;
é um contentamento descontente;
é dor que desatina sem doer."
(...)

Se não se vê, como posso saber que ele existe?
Como saber que ele está lá?
Como posso saber que aquela sensação estranha, quando estás perto de mim, é Amor?

Se não se sente, porque doí tanto quando nos separamos?
Porque choro quando tu não estás?
Porque me fecho comigo própria, sem querer ver ninguém, quando ele acaba?
Porque é que custa tanto a passar?


Afinal, o que é o Amor??????!

É, simplesmente, um sentimento inexplicável, indefinível, incompreensível...
É algo que não se pode provar, mas simplesmente acreditar.
E é esse acreditar que nos faz amar. É por isso que doí tanto quando acaba: porque somos forçados a deixar de acreditar. O que fica é o que importa. São os bons momentos que temos que recordar. E os maus? Quais maus momentos? Simplesmente, não houve.

Amar é

dar
respeitar
confiar
sentir
tocar
sofrer
saber escutar, compreender, aconselhar

Amar é aquilo que queremos que a vida seja!
Eva nº15

segunda-feira, 12 de maio de 2008


Será que tudo tem um fim? E que é quando menos esperamos?


Questionei-me sobre isto quando vi uma senhora encostada a um muro a chorar. Aproximei-me devagar, como se tivesse medo de pisar o chão, e perguntei se estava tudo bem. A senhora limpou as lágrimas e perguntou-me se algum dia tinha chegado a um fim. Parei e pensei! Mas que raio de pergunta á qual não sei responder. Sorri e disse que o fim das coisas é subjectivo. Nisto ela olhou-me, pediu desculpa e correu, sem sequer olhar para trás.

Pela primeira vez na vida tinha sido questionada na rua e não sabia o que responder. Habitualmente eram perguntas banais, como as horas, se sei onde é o tal sítio ou mesmo se sei onde é a paragem de autocarro mais próxima. Desta vez tinha sido diferente, o sangue parou-me nas veias quando vi o desespero na cara daquela senhora.

Vim para casa e pensei em como definir o fim. Mas o que queria aquela senhora dizer com o "ter chegado a um fim". Acho que nunca cheguei a um fim, acho que ninguém tem um fim, sem ser a morte.

Um fim não é classificado como algo terminado quando duas pessoas se afastam ou quando alguma coisa as separa. O fim acontece quando tudo acaba, quando deixa-mos de ver, ouvir, sentir, pensar ou distinguir o que é real do irreal. O fim não é provisório, não acontece hoje, para amanhar voltar a ser um inicio. Enquanto as pessoas olharem para o mundo e para a sociedade como um prédio inacabado o fim de algo nunca acontecerá e tudo aquilo que queremos ou que desejamos com um pouco de luta volta ao lugar onde pertence.
A Imagem daquela senhora não me sai da cabeça e a questão do que será afinal o fim entoa na minha cabeça como um despertador, todos os dias, a toda a hora. Como se precisasse de uma resposta para tentar responder aquela senhora.

Inês Rodrigues nº17