quinta-feira, 27 de março de 2008

"Caso Telemovel"




O telemóvel treme vezes sem conta ou talvez apenas uma, debaixo de cada uma das carteiras, ordenadas por filas dentro de quatro paredes. A curiosidade dentro de cada um de nós é despertada.

Hoje em dia os jovens estão rodeados de mentes electrónicas. As mentes familiares fazem falta! Uma pessoa não se constroi sozinha, para se construir uma personalidade é preciso falar, é preciso confiança e acima de tudo é preciso educação.

Acorda-se em silêncio, e cada um corre para a rotina, corre na rotina, preso pelo andar dos ponteiros que marcam as horas, os minutos, os segundos. A casa chegamos cansados, com o stress entranhado nas veias e os problemas exteriores a penetrarem o nosso estado de espírito como uma lança.

Na rotina de um simples jovem, há aulas, onde é necessário concentração, esforço, dedicação, empenho, e nem sempre ele está disposto, ou com capacidade de pôr em alto todas estas qualidades. O telefone apenas será um modo de fuga a todo esse stress e silêncio.

Os professores veneram a atenção de cada uma das grandes crianças presentes na sala, mas se estas não a conseguirem obter, ou se quebrarem as regras, são habilitadas a castigos/punições. Uma atitude violenta, como resposta seria apenas proveniente de todos os problemas do dia a dia.



Caso telemóvel será um simples e único caso ou o retrato de um grave problema social?






Inês Rodrigues

Nº 16

segunda-feira, 17 de março de 2008

Queimada Viva


Este é um livro que aconselho vivamente a toda gente, mas principalmente às mulheres; já que este é um livro muito emotivo e de grande interesse, pois retrata a vida de uma jovem rapariga da Cisjordânia que vive como todas as raparigas daquele país, mas com uma história muito diferente do que seria habitual.
Até ter lido o livro não tinha a noção do que era viver sem liberdade. As mulheres nestes países não podem falar, não podem olhar em frente e são espancadas diariamente. São mais mal tratadas do que um cão. Mas, infelizmente, não há nada que possamos fazer. Esta é a religião deste país onde só os homens têm direitos.
Quando li o livro fiquei um pouco espantada. Não sabia que existiam sítios que tivessem este tipo de religião. O livro é realmente um bom assunto para se tratar hoje em dia e acredito que pouca gente saiba desta situação.
A autora consegue transmitir bem aquilo que sente e as recordações que ainda tem daquele período da sua vida. Não deve ter sido fácil, e isso nota-se pela sua maneira de escrever e de contar ao leitor tudo o que ela viveu, tudo aquilo que sofreu, e por isso o livro tem um encanto especial. O que é certo, é que ela escreveu tudo de forma a que nós, os leitores, conseguimos pôr-nos no lugar dela e imaginar que tudo aquilo nos aconteceu a nós, como se fossemos nós próprios a viver aquela situação. Então deixa-nos com uma grande expectativa de que todas as mulheres daquele país tenham um final tão feliz como o dela!
É um livro encantador e especial! E que nos puxa para a sua leitura no mínimo de dias possíveis! Acabamos um capítulo e queremos logo ler o próximo para saber como toda a história acaba! Por isso, aqui fica um conselho para que todos o leiam!

Marta Costa nº24

sábado, 8 de março de 2008


“Dou por mim a desejar escorregar pelas páginas do livro, fundindo-me na tinta do papel. Não sei porquê; provavelmente o facto de ter lido quase 1000 páginas em menos de 48 horas deu-me a volta à cabeça.
Este acontecimento não é inédito. Não posso negar que nunca tenha sentido o desejo de entrar nos livros que leio, de encarnar numa das personagens. De facto, é a única coisa que me falta: já passei noites em branco, pensando nas reacções das personagens; acompanhei a sua dor, com tanta intensidade como se fosse minha. Esta tarde, assim que virei a última página do livro e verifiquei, com desagrado, que já não havia mais nada para ler, fui invadida por uma terrível apatia. Não consegui demonstrar qualquer entusiasmo, quando me disseram que ia passar o dia seguinte na companhia dos meus primos. Não fui capaz de tecer um único comentário trocista, destinado ao meu irmão. Resumindo, não estava em mim.
Sei que, assim que me debruçar sobre o livro de Química, este torpor vai desaparecer e a minha alegria (por vezes maliciosa) regressará. Contudo, estou certa de que este desejo que se reacendeu em mim não tornará a extinguir-se. Tenho a certeza de que nunca foi tão forte como desta vez. Quero, ardentemente, relacionar-me com as personagens, viver a sua felicidade, sentir a sua dor na pele. Enfim, quero viver as suas histórias; tornar a ficção verdadeira.
Será que tudo isto não passará de um mero reduto, uma forma de fugir aos problemas? Noutras circunstâncias, esta hipótese poderia ser considerada. No entanto, face à minha personalidade, sou forçada a descartar essa possibilidade. Não enfrento graves problemas, nem pretendo fugir deles.
Então, o que se passará comigo? Será, apenas, o resultado da minha capacidade de sonhar?”

Este pequeno texto foi escrito no dia 27 de Dezembro, após a leitura de Crepúsculo e de Lua Nova, de Stephenie Meyer. Entretanto, já li o terceiro livro da saga (Eclipse), em inglês, visto que a tradução só chega a Portugal em Maio.
Aconselho vivamente.

Maria João Pinto, nº22

segunda-feira, 3 de março de 2008



Ainda andamos todos um pouco escondidos e perdidos no mundo fascinante da poesia. O "ler um poema" trás um bocado de nós à superfície e deixa a descoberto a nossa personalidade e o nosso intimo.
Toda a gente tem medo de se dar a conhecer, e toda a gente tem medo de se deixar envolver nas palavras e nos significados que um poema pode ter. Mas os poemas servem para procurarmos um significado para a nossa vida, uma forma de pensar e de agir mais definida e mais real.
A poesia leva as pessoas a falarem, sem medo e receio de algo ou de alguém, leva a que as pessoas se levantem do seu lugar e mostrem opiniões, visões ou perspectivas. A poesia é isso mesmo… um mundo. Um mundo em que podemos ser aquilo que não somos ou simplesmente deixarmo-nos levar e deixar que as pessoas nos descubram.
Através da poesia, todos nós, temos curiosidade e estimulo para desvendar os segredos mais íntimos, profundos e obscuros de um poema. Porque o poema é como um anjo, que nós faz-nos voar e atingir o mais alto.
Um poema pode significar revolução, descoberta, medo, insegurança, personalidade. Um poema pode ser aquilo que nós queiramos que ele seja, não precisa de ser “qualquer obra em verso, especialmente aquela em que há enredo e acção”, o poema é aquilo que nós queiramos que ele seja.
E tal como Joaquim Chamisso disse:


Estes versos que eu faço,
Ó gente da minha terra,
Deles não quereis saber,
Mas o vento já os espera.

E vós, ó vento, levai
Quando o meu coração diz,
As minhas palavras certas,
Ao povo do meu país.




A partir de hoje vamos todos mudar e deixar que as palavras de um poeta nos encham o coração, e com este preenchimento a nossa vida terá outro rumo.



● Bibliografia:
Chamisso, Joaquim - Guarda, 1982
Dicionário de Língua Portuguesa, 6º edição, Dicionários Editora, Porto Editora.
Inês Rodrigues nº17