Hoje, no poema de Eugénio de Andrade que vimos na aula de Português, chamava-se a atenção para o nevoeiro que vai em cada um de nós e para a luz que era preciso convocar. Nevoeiro pode chamar-se também preguiça, modorra, estar-se-nas-tintas, indiferença (“que mais me dá crescer ou não crescer?”, “odeio quem se mexe”, “não venham pedir-me nada”, “se tocarem à porta, não estou”). O nevoeiro tapa, tolhe, arrefece, tira a vontade de olhar para cima. A luz pode ser uma biqueirada, um psssst!, um bip de despertador.
É nesse sentido de abertura ao Sol e à claridade que inicio este blogue, braços estendidos, peito feito ao vento, asas quase lançadas. Repito aquilo que disse quando lançámos este processo:
1)A escola não acaba no portão, a vida também não fica do lado de fora. (tragam ecos de como as vossas matérias se realizam na sociedade, na vida).
2)Pode haver poesia nos tubos de ensaio ou na lava dos vulcões. (falem das vossas actividades escolares desde que elas tenham relevo – há sempre qualquer coisinha que vos encheu, vos intrigou, vos fez uma cócega)
3)O que lestes e gostastes de ler pode ser bom para que outros leiam e gostem de ler. (dêem eco das vossas leituras de livros ou periódicos ou mesmo de outros blogues)
Escrever não é tão difícil como parece. Só é difícil antes de começar. Um blogue de turma pode fazer sentido(s).
Agora sois vós.
JOAQUIM MARTINS IGREJA